Então, o Jornal 140 terá um perfil em uma única rede social, o Linkedin. Quer saber?
O Linkedin é hoje a maior plataforma de encontro de pessoas que buscam atuar no mercado de trabalho. É procurada principalmente por executivos que procuram emprego e de empresas que utilizam a rede social como um posto avançado de recrutamento e filtro de profissionais adequados ao perfil que procuram. Cá entre nós, o Linkedin não é uma plataforma tão amigável quanto o Facebook, é até meio complicada de gerenciar, mas é o que temos para hoje.
A decisão de investirmos apenas em uma rede social não foi fácil. Muitos aqui gostariam que fossemos também para o Facebook e o Instagram. A decisão de dar foco, em um primeiro momento, em uma rede, nos pareceu mais coerente mas outras razões também nos motivaram.
Nos primeiros anos de vida, o Facebook se apresentava como um promissor ambiente de prospecção para as empresas de mídia. Por este motivo foi saudado por todas as marcas de jornais e revistas que correram para criar suas páginas oficiais e despejar conteúdos jornalísticos. As empresas investiram milhões de Reais no impulsionamento das páginas e uma houve até uma disputa para ver quem tinha mais “fãs”. Ok, era uma concorrência “fake”: vencia quem investisse mais.
O Facebook representava um oásis em tempos de aridez de novos leitores: oferecia acesso a milhões de usuários e oportunidade de levar trafego para os sites de notícias. A ilusão continuou por um bom tempo até que o Facebook passou a cobrar também pelo impulsionamento dos posts, adicionando mais uma fonte de faturamento. Nada contra, por se tratar de uma empresa comercial. Para piorar, decidiu mudar o algoritmo e diminuiu drasticamente os posts orgânicos das empresas de mídia na timeline dos usuários. Em nossa visão o Facebook cometeu um erro grave.
Como consequência, o oásis secou e o namoro entre as empresas de mídia e o Facebook terminou em acusações e matérias negativas para a rede social. Não faz sentido uma rede social tratar as empresas de jornalismo “profissional” – isto é, um negócio que emprega centenas de profissionais especializados na apuração e redação de informações e serviços relevantes para a sociedade – como uma empresa comercial que vende produtos como palitos, porcas e parafusos. Sem demérito a estes tipos de empresas mas não vejo uma marca de parafusos como pilar da democracia ou de defesa das liberdades individuais, diferentemente das empresas de Comunicação Social (que no Brasil é regulado pelas leis 221 e 222).
O Instagram, que pertence à Facebook Inc., empresa negociada em diversas bolsas de valores do mundo, é um caso à parte. Cresceu tanto quando o Facebook em número de usuários e oferece uma oportunidade maravilhosa de exposição para pequenos e médios prestadores de serviços. Mas seus usuários não conseguem compartilhar notícias das empresas de mídia. A saída, encontrada por muitos, é o Stories, onde algumas empresas de mídia conseguiram criar soluções interessantes para estar junto aos seus usuários e cativar novos, principalmente as novas gerações, que não vem valor no segmento de mídia (ou seja, querem consumir “de grátis” mas não querem pagar).
Por isso, desculpa Sr. Zuckerberg e Dona Sheryl Sandberg. Vocês foram capazes de construir um fabuloso sistema de compartilhamento e captura de dados mas esqueceram de incluir nesta conta as empresas de mídia. Como resultado, vocês terão muito trabalho em várias frentes. A começar pelos reguladores e parlamentares de vários países que vão analisar com lupa qualquer tipo de deslize e falhas, como o caso da Cambridge Analytics, e os colocará uma pressão que vocês nunca pensaram que isso fosse acontecer um dia.
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