Foi necessário um grande ataque terrorista para que as grandes plataformas de redes sociais – leia-se Facebook, WhatsApp, Instagram, Viber, Snapchat e o Messenger – fossem bloqueadas hoje pelo governo do Sri Lanka.
Até o momento não está claro quem cometeu os atentados nem a quantidade exata de pessoas que morreram (mais de 200) ou ficaram feridas (mais de 450 feridos) em quatro hotéis, três igrejas e um condomínio em três cidades. Notícias das agências internacionais revelam que o grupo radical islâmico National Thowheeth Jama’ath havia sido detectado pela agência de inteligência de Sri Lanka há 10 dias e que intencionava realizar ataques.
A decisão do governo de Sri Lanka de tirar as plataformas do ar se deu para evitar a propagação de boatos que poderia piorar ainda mais a situação e acirramento de tensões. Além do telefone, a população consegue se comunicar por SMS e Twitter. O Sri Lanka, conhecido antigamente como Ceilão, é uma república, com presidente eleito a cada seis anos e tem duas capitais: Colombo, comercial e Sri Jayawardenepura, centro político. O país tem aproximadamente 22 milhões de habitantes, um IDH alto (0,770) e é fundamentalmente budista (70% da população seguido pelo hinduísmo, 13%, islamismo, 9% e cristianismo, 8%).
O site Netblocks (aqui), ONG que monitora a segurança e governança da Internet, confirmou a dificuldade de acesso por parte da população de praticamente todas as plataformas online. O Netblocks informou que contou com a ajuda de voluntários do país para monitorar as redes, O mesmo site levanta preocupações com este tipo de decisão: segundo a ONG este tipo de ação impede que os cidadãos consigam se comunicar de maneira adequada.
Esta não é a primeira vez que as redes sociais sāo bloqueadas em Sri Lanka segundo o Netblocks. Em março de 2018, o governo tirou as plataformas online do ar para atenuar os efeitos de violentos protestos políticos.
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