A verdade é que a correria do dia a dia nos consome. Embora muitas vezes passe despercebido fomos condicionados a viver uma “vida produtiva” – não no sentido pleno da palavra – ser reconhecido no trabalho, ter uma boa alimentação, fazer uma pós-graduação, fazer exercícios físicos diariamente, não perder deadlines, meditar, lavar roupas e em alguns dos casos, cuidar dos filhes e muito mais. Mas acredite, isso é tema para um artigo inteirinho, pois infelizmente a palavra ‘produtividade’ é mal-interpretada em grande parte dos casos.
A ideia desse post veio com o termino de um livro muito especial chamado: ‘As coisas que você só vê quando desacelera’ e quero que você mergulhe nessa resenha comigo.
O livro
Esse livro foi escrito pelo mestre zen-budista sul coreano Haemin Sunim, onde compartilha uma série de pensamentos leves, muitos derivados de uma coleção de tweets que o monge faz em sua conta na rede social para tornar a vida de quem o acompanha mais tranquila e harmoniosa sempre com objetivo de conscientizar a respeito de curtir o momento presente e silenciar a mente.
Logo no início da leitura, se é recomendado que o livro seja lido de acordo o momento do leitor. Esse é o primeiro convite para que você desacelere e leia-o com calma, ou quando se sentir em calma, se assim preferir.
É um livro sobre atenção plena e autoconhecimento. Pode parecer chato até aqui, mas confie em mim, vai valer a pena.
Por que é preciso desacelerar?
Passamos grande parte da nossa semana esperando pela sexta-feira e temendo pela segunda. Cancelando compromissos para atender a outros. Agendando reuniões atrás de reuniões. Muitas vezes, passamos mais tempo no nosso trabalho do que dentro da própria casa. E isso é resultado do excesso de cobrança externa para que sejamos “bem-sucedidos”. Mas assim como o conceito de ‘produtividade’ o conceito de sucesso também é superestimado. No momento em que você passa a desacelerar e olhar com um pouco mais de atenção para você mesmo e para o mundo ao seu redor, seu conceito de produtividade e sucesso mudam.
O mundo é um espelho do que está na sua mente, desde os pensamentos positivos aos negativos. Uma citação do livro diz:
Quando nossa mente está alegre e compassiva, o mundo também está.
O ato de desacelerar provém de silenciar as vozes externas e internas e observar o mundo à sua volta, mais importante, enxergar a você mesmo com compaixão. Observar o momento presente.
A prática da atenção plena – do inglês Mindfullness – tem benefícios cientificamente comprovados por grandes institutos de pesquisas e é possível dizer que sua aplicação no dia a dia pode beneficiar diferentes aspectos da sua vida.
Conhecendo a si mesmo, você passa a dar mais espaço em sua mente e coração para também conhecer ao próximo e é aí que se inicia o processo de empatia. Que em dias de redes sociais e devido à quantidade excessiva de exposição e opiniões requer dose dupla!
Para deixar na cabeceira
Cada capitulo nos traz uma diferente reflexão que deve – como aconselhado pelo próximo escritor – ser digerido com calma. Por esse motivo, é um excelente livro de cabeceira. Para as pessoas praticantes de Yoga recomendo a leitura matutina, por ser um grande impulsionador para o dia.
Repletos de ilustrações e frases acalentadoras, o escritor te leva para um lugar de paz mesmo em meio ao caos.
E por que tudo isso é importante afinal?
Porque somos constantemente desafiados a ser melhores versões de nós mesmos sem sequer ao menos conhecermos a nossa melhor versão. Como se fossemos todos avaliados e tivéssemos que nos aperfeiçoar de acordo a lente do outro. Para isso que tanto se fala de autoconhecimento.
De acordo OPAS (Organização Pan americana de saúde), em todo o mundo, estima-se que mais de 300 milhões de pessoas, de todas as idades, sofram de depressão e ansiedade. Vivemos em um momento de saúde mental muito delicada e a chave para tratamento desse mal é o autoconhecimento e educação.
Silenciar a mente te permite, ouvir melhor. E quando você ouve você também aprende.
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