Não é nenhuma surpresa que o uso da internet no mundo inteiro só foi aumentando ao longo dos anos. Nos tornamos tão dependentes da tecnologia quanto beneficiados pela evolução dela. Redes sociais, streaming de áudio e vídeo, motores de busca e meios de comunicação ininterrupta estão presentes há muito tempo nos nossos celulares e nas nossas vidas, mas, talvez, nem tanto quanto agora que não podemos nem sair de casa.
Atualmente, cerca de 50% da população mundial ainda não tem acesso à internet segundo o relatório “Estado da Banda Larga 2019” produzido pela Comissão da ONU sobre Banda Larga, e é notável o surgimento e a expansão de grupos que mesmo podendo acessá-la, optam por não fazê-lo. Ainda assim, a outra metade do mundo que pode acessar a internet acostumou-se com a feroz priorização dela em relação ao contato pessoal.
Por isso, mesmo na situação emergencial, e até de pânico, causada pela pandemia de COVID-19 declarada pela OMS no dia 11 de março, muitas empresas estão preparadas para continuarem prestando seus serviços e manter a continuidade das interações e da proximidade com seus clientes no meio digital.
Com escolas e instituições de ensino fechando as portas para as aulas presenciais desde São Paulo até Recife no Brasil, o ensino à distância (EAD) se tornou mais do que uma boa opção para aqueles que buscam educação sem precisar estar no mesmo local que a instituição, e passou a ser uma das únicas opções com as quais podemos contar no ramo do ensino nessa situação de isolamento físico e quarentena causada pelo coronavírus.
Grandes marcas da indústria de alimentos também estão tomando atitudes para adaptar seus serviços aos cuidados atuais com a saúde pública. Kevin Johnson, CEO da Starbucks, cadeia multinacional de cafeterias, anunciou no dia último 12 que muitas das lojas prestariam seus serviços de uma forma limitada durante o atendimento funcionando por meio de pedidos via celular, mesmo sem descartar a possibilidade do fechamento temporário de algumas unidades específicas.
A Uber, empresa de transporte privado com forte viés tecnológico, divulgou em seu site uma cartilha de medidas de segurança que está tomando com seus parceiros e clientes para apoiar e monitorar a saúde pública envolvendo sua atuação. Desde mudanças no aplicativo de entregas de comida, com a opção de deixar o pedido na porta do usuário e não entrar em contato diretamente com ele, até a formação de acordos e cooperações para auxiliar na higienização dos carros de seus motoristas parceiros, a empresa, já do ramo de tecnologia, aumentou sua participação no meio digital para manter as operações e contatos com seus clientes e colaboradores a fim de não estagnar sua própria economia e nem a da sociedade envolvida.
Infelizmente não são todos os ramos da indústria que podem se adaptar para continuar funcionando no meio digital, e nem as empresas de todos os portes que podem arcar com os custos e esforços para ingressar ou se manter nesse meio. Diversas micro e médias empresas terão suspensas e prejudicadas suas atuações nessa pandemia de COVID-19. O mercadinho da esquina a que muitos estão acostumados a fazer compras não terá tantas chances de se manter ativo nem no meio físico e nem no meio digital dependendo da sua condição.
Grandes empresas e instituições se sobressairão em relação a outras, como sempre aconteceu, mas dessa vez de forma mais intensa e notável do que nunca, e à distância.
Com os recursos que temos hoje, e na situação atual, a proximidade digital nunca foi tão importante quanto a proximidade física, tanto para as empresas quanto para os clientes.
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