Em uma ação sem precedentes, o Facebook – a maior plataforma de redes sociais do mundo que também controla o Instagram – informa que derrubou hoje no Brasil 35 contas, 14 páginas, um grupo e 38 contas do Instagram por causa de “inauthentic behavior”.
O Facebook publicou em sua sala de imprensa o comunicado “Removing coordinated inauthentic behavior”, assinado por Nathaniel Gleicher, head of Security Policy da plataforma, informando que a ação coordenada removeu “redes” de fake News de diversos países e não só do Brasil.
A plataforma informa que as redes operavam de forma coordenada e combinadas com contas duplicadas. Criadas por pessoas fictícias (“personas”) que se apresentavam como “repórteres”, as páginas publicavam conteúdos que emulavam veículos de notícias, com informações e eventos locais, incluindo política. Neste formato, publicavam regularmente “notícias”, memes, críticas a opositores, grupos de mídia e jornalistas. Segundo o Facebook, parte do conteúdo publicado já havia sido retirado da plataforma por violarem os “padrões da comunidade”, incluindo discurso de ódio.
O Facebook constatou a existência de 35 contas, 14 páginas, 1 grupo e 38 contas no Instagram com este perfil; cerca de 883.000 contas seguiam uma ou mais dessas páginas, cerca de 350 contas ingressaram neste grupo e cerca de 917.000 pessoas seguiram uma ou mais dessas contas do Instagram.
O Facebook publicou uma série de exemplos: em um deles aparece a fotografia do ex-ministro e juiz Sérgio Moro, com o texto “Sérgio Moro é ´cancelado´ na internet” e uma foto dele, com o link para o site “Jogo Político” (www.jogopolitico.com.br). Em outra, aparece uma imagem com o título “Globo mente – Globo inventando morte por corona vírus”.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo (aqui), que participou da coletiva de imprensa da plataforma realizada no dia 8 de junho, cinco funcionários do presidente Jair Bolsonaro foram identificados, entre eles Tercio Arnaud Tomaz, José Matheus Salles Gomes e Mateus Matos Diniz.
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