Com aproximadamente sete meses de quarentena, o mundo anseia pela vacina contra a covid-19 e, mesmo pela demanda, a elaboração não é tão simples quanto parece. Existe uma gama de protocolos e etapas rígidas a serem seguidas, que no Brasil são estipuladas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que garantem a qualidade do produto. Portanto é necessário desenvolvê-la com cautela. Mas quais são as vacinas que são mais propícias a funcionarem? Que etapas são essas? Quais estão sendo testadas no Brasil?
Atualmente temos 7 vacinas de empresas diferentes do mundo com maiores chances de agirem na prevenção contra a covid-19: Moderna Therapeutics (EUA), Pfizer e BioNTech (EUA e Alemanha), Universidade de Oxford (Reino Unido), Sinovac (China), Sinopharm (China), Instituto de Pesquisa Infantil Murdoch (Austrália) e CanSino Biologics (China). Todas as vacinas citadas se encontram na fase III dos ensaios clínicos. A vacina da Sinovac e da Universidade de Oxford estão sendo testadas aqui no Brasil no Instituto Butantan e na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), respectivamente.
As etapas exigidas para a produção de vacina incluem desde testes em células no laboratório até em humanos. A primeira fase é chamada de ensaio pré-clínico, na qual a vacina passará por experimentos laboratoriais em células e animais. Se os resultados mostrarem que o composto é efetivo, se segue para os ensaios clínicos. Nesta etapa, a vacina será testada em humanos e, para garantir que o produto tenha qualidade, existem quatro fases cada qual com seu objetivo de análise. A fase I dos ensaios clínicos das vacinas verifica a sua segurança e busca a melhor via de administração.
Segundo o Instituto Butantan,
“A fase II é importante para testar os diferentes esquemas para a vacina. Verifica-se qual a dose e o intervalo ideal entre as doses para obter a melhor resposta imunológica contra a doença que ela se propõe a imunizar. Na fase III o principal objetivo é o de avaliar se a vacina tem efeito protetor e confirmar a segurança em pessoas que estão em contato com a doença. Nesta fase, compara-se a nova vacina com um produto que já exista e dê proteção ou à um produto inerte chamado placebo. Esta comparação é que permite concluir, ao final do estudo, que a vacina protegeu de fato (eficácia)”.
A última fase é a IV na qual ocorre o monitoramento da vacina em larga escala e a sua proteção em diferentes populações num intervalo maior de tempo. Todas essas etapas demandam tempo e atenção para serem realizadas para que tenhamos um produto ideal e com qualidade que atenda a todos. Normalmente uma vacina demanda anos para ficar pronta, mas as estimativas mostram que teremos uma no ano que vem. Agora tudo o que a população deve fazer é seguir as medidas de contenção da doença e aguardar, porque se tudo correr bem e der certo, teremos a vacina logo.
** É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita. O Jornal 140 não se responsabiliza pela opinião dos autores deste coletivo.