Mais da metade do território brasileiro corresponde a vegetação dos biomas do país, na qual influenciam nos fenômenos naturais que ocorrem em regiões urbanizadas e industrializadas. Apesar de aparentarem não ter nenhuma interferência nesses centros urbanos, quando esses biomas são alterados por ação antrópica, como as queimadas, podemos estar comprometendo a própria existência humana.
Os biomas podem atuar no clima do Brasil formando chuvas e aumentando a umidade do ar. Os seres vegetais realizam transpiração, processo de eliminação de água no estado gasoso para a atmosfera. Essa água é levada pelas massas de ar que passam pelo Brasil e pelo mundo. Uma delas adquire a umidade na Floresta Amazônica e depois destina-se em direção ao sudeste e sul brasileiro. Portanto, uma das principais fontes de umidade e chuva de São Paulo, por exemplo, é a Floresta Amazônica. Desmatar os biomas que regulam o clima do país, e do planeta, resultará num ambiente seco, quente e sem chuvas intensificando o aquecimento global.
Em 2020, o cenário de queimadas no Pantanal registrou a sua maior seca. De acordo com Cátia Nunes da Cunha, professora aposentada da Universidade Federal de Mato Grosso e pesquisadora do Centro de Pesquisas do Pantanal, vários eventos corroboraram com a marca histórica, como seca recorde, acúmulo de biomassa inflamável e ação humana (queimadas, represas e desmatamento). Não só a flora, mas a fauna também é prejudicada, pois todo o ecossistema é destruído interrompendo seu ciclo natural ocasionando até na extinção desses seres.
E como isso afeta o ser humano? O aquecimento global provoca o derretimento das calotas polares, aumentando o nível do mar e tornando ilhas e regiões litorâneas habitadas, inabitáveis. Também fenômenos extremos climáticos, como ilha de calor, seca, furacões, etc, podem se tornar mais frequentes. Outro fator são os poluentes do ar gerados pela queimada que, em meio a uma pandemia, na qual cada município precisa estar com seus leitos equipados para qualquer evento inesperado contra a covid-19, pessoas podem desenvolver sérios problemas respiratórios devido a quantidade excessiva desses poluentes, o que aumentará a demanda pelos leitos podendo comprometer o combate a pandemia.
Em sumo, se colocarmos em uma balança as vantagens e desvantagens de destruir um bioma, verifica-se que não vale a pena acabar com o ambiente natural, pois o humano também sairá perdendo.