Na última sexta-feira (20), comemoramos o dia da Consciência negra. A data é sempre uma boa oportunidade para nós, enquanto sociedade, refletirmos sobre aspectos socioeconômicos, culturais, racismo, discriminação e principalmente inclusão no mercado de trabalho, pois enquanto 56,10% de brasileiros se declaram negros no Brasil – segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE – menos de 5% de negros e pardos ocupam cargos de gerência e diretoria no país (fonte: Vagas.com).
Quando falamos de diversidade estamos assumindo que fazemos parte de um mundo composto por pessoas diferentes em diversos aspectos além da cor da pele, mas de gênero, orientação sexual, cultural, social, crenças, necessidades especiais e são todos de igual importância quando falamos em construir equipes mais multidisciplinares e diversas. O report “Delivering Through Diversity” (McKinsey), aponta que empresas com maior diversidade de gênero têm 21% mais chances de melhores resultados no mercado e quando falamos de diversidade racial e étnica, os números são ainda melhores: 33% mais chances de sucesso.
No marketing a diversidade é ainda mais importante. Temos mercados de grande potencial que ainda não são apropriadamente explorados por não existir representatividade nas empresas e é importante entender o quanto se perde (em faturamento, posicionamento de marca e experiência do cliente) enquanto a sociedade privilegia sistemas que não fazem mais sentido. É preciso contratar, desenvolver e promover talentos que representem a sociedade e o consumidor, os benefícios são diversos: melhoria da reputação e da imagem da empresa, aumento da criatividade nos resultados, além dos resultados já apontados no report da McKinsey.
Abaixo alguns exemplos de empresas que olharam o potencial dos públicos e de equipes diversas e alguns números que demonstram o caminho do sucesso de cada iniciativa:
Tecnisa
Desde 2013 a empresa possui investimento para atender o público LGBT+. O produto não mudou, mas a existem algumas preferências e personalizações – atendendo a esse público que segundo estudos é mais exigente e preza a qualidade – e representa hoje para a empresa 12% das suas vendas, com ticket médio de R$400 mil.
A associação internacional de empresas Out Leadership, que desenvolve iniciativas para o público gay, estima o potencial de consumo do segmento LGBT no Brasil em R$ 418,9 bilhões – ou 10% do Produto Interno Bruto (PIB).
Johnson & Johnson
A Johnson & Johnson possui o projeto WLI (Women’s Leadershio and Inclusion) – Inclusão e liderança feminina – que tem por objetivo estimular a presença de mulheres em cargos de gestão.
Atualmente a mulher têm mais anos de escolaridade (15,8 mulheres X 15 homens) e maior média de anos de estudo (8,1 anos contra 7,6 dos homens), segundo o Índice de Desenvolvimento de Gênero (IDG)
Agência Bistrô
A Bistrô é uma agência de comunicação de Porto Alegre que tem fortes iniciativas de estímulo a diversidade na equipe. Enquanto asse média de mercado de agências são 3% de negros, a Bistrô possui 15%. Na liderança são 33% contra 1% no mercado de atuação. Na questão de gênero a empresa possui 67% de líderes mulheres, sendo metade na diretoria. Os resultados dessa diversidade não ficam apenas no aspecto de ambiente múltiplo e amigável, mas para os clientes fica a certeza de que todas as suas necessidades de campanhas, independente de seus públicos, terão representatividade.
Não se trata mais de responsabilidade social apenas, é mais que isso: é promover resultados, atender demandas reprimidas, otimizar produtos e serviços se adaptando ao mercado real, é ter equipes mais criativas e com diversos talentos e visões para atender o consumidor. Isso também é.
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