Os Icebergs são grandes pedaços de gelo que flutuam no oceano, eles fazem parte do processo de fragmentação de geleiras e podem viajar por milhares de quilômetros até encontrar águas quentes o suficiente para derretê-los. O iceberg mais famoso da história afundou o Titanic em 15 de abril de 1912. A lateral do navio raspou no iceberg, abrindo buracos no casco fazendo com que este afundasse em três horas.
A68, é como se chama um Iceberg com aproximadamente 160km de comprimento e 48km de largura, e é considerado o maior iceberg do mundo. De acordo com o site Isto É, esse gigante se desprendeu em julho de 2017 da plataforma glacial Larsen C, ligada à Península Antártica, e atualmente está indo em direção, uma ilha na Geórgia do Sul no Território Britânico Ultramarino e um dos mais importantes santuários da vida selvagem do mundo.
Em entrevista com a BBC News o glacionista Geraint Tarling, do British Antartic Survey (BAS) diz
“Um iceberg tem implicações enormes para onde predadores terrestres podem ser capazes de forragear. Quando falamos sobre pinguins e focas durante o período que é realmente crucial para esses animais — a criação de filhotes — a distância real que eles têm que percorrer para encontrar comida (peixe e krill) realmente importa. Se eles têm que fazer um grande desvio, significa que não vão voltar para seus filhos a tempo de evitar que morram de fome nesse ínterim. ”
A Geórgia do Sul é conhecida como o cemitério dos Icebergs, portanto não é a primeira vez que isso acontece. Em 2004, o também gigante A38 atracou e inúmeros filhotes de focas e pinguins foram encontrados mortos nas praias locais. Além disso, colônias de animais marinhos no fundo oceano podem ser esmagadas. O iceberg pode mudar o ecossistema do fundo marinho fazendo com que o mesmo leve décadas ou séculos para se reestabelecer.
Por outro lado, os Icebergs possuem enormes quantidades de nutrientes que fertilizam o plâncton oceânico ao seu redor, um benefício que se espalha ao longo da cadeia alimentar. Embora as imagens de satélite sugiram que o A68 está em rota de colisão, para Peter Fretwell, especialista em mapeamento de sensoriamento remoto pelo BAS, a colisão pode não acontecer, tudo é possível.
“As correntes devem dar uma volta pelo que parece ser um estranho loop ao redor da extremidade sul da Geórgia do Sul, antes de girar ao longo da borda da plataforma continental e voltar para o noroeste. Mas é muito difícil dizer exatamente o que vai acontecer”, afirma ele para a BBC.
Cientistas estão monitorando o A68 por satélites da NASA a fim de avaliar seus efeitos nos próximos meses, espera-se que ele sofra desvio e não ancore na Geórgia, seguindo para águas mais quentes que farão com que ele derreta.
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