Diferente de assistir um filme junto com outros críticos, ver uma grande produção como Mulher Maravilha 1984 numa sessão comum, junto com as restrições provocadas com a pandemia, ainda é uma grande experiência que merece continuar. Por mais que tenha milhares de filmes armazenados em DVD e Blu-Ray para ver e rever, nada tira a fantástica experiência de ver um bom filme no famoso escurinho do cinema.
Esse maravilhoso hábito adquiri desde que vi pela primeira vez o clássico da Disney, Vinte Mil Léguas Submarinas, com Kirk Douglas, James Mason, Peter Lore e Paul Lucas, feito em 1954, mas chegou ao Brasil dois anos depois. Eu, claro, não vi nessa época, mas assisti no antigo cine Astral, que ficava no Bairro da Pompéia, no final dos anos 60. Que filme, que emoção, que envolvimento acompanhar essa odisseia sob o mar imaginado por Jules Verne, nos meus saudosos dez anos de vida.
Imagino que o psicólogo e escritor William Moulton Marston ficaria encantado quando visse sua criação nas telas dos cinemas mundiais. Moulton é o criador da Mulher Maravilha, que saiu das páginas da edição de dezembro de 1941 da All Star Comics, para ser a primeira super heroína da DC Comics. O sucesso da personagem por décadas, garantiu seu lugar ao lado de Batman e Superman, formando a Trindade de personagens da DC Comics que estão atuando desde os anos 40.
Quando Diana Prince, a identidade secreta da MM, surgiu exibindo força e sensualidade no filme Batman Versus Superman – A Origem da Justiça, os fãs já sabiam que a Warner Bros estava planejando uma série de filmes com ela, além de eventuais participações nos filmes da Liga da Justiça. É claro que se não fosse o talento e o carisma da israelense Gal Gadot vestindo o uniforme da amazona, não estaríamos comentando o mais recente filme da personagem, Mulher Maravilha 1984.
Com a diretora Patty Jenkins dirigindo novamente a personagem desde o primeiro filme solo em 2017, a nova produção ousou em colocar a Mulher Maravilha em 1984. Explico: em sua primeira aparição na telona, junto com Batman e Superman, Diana é questionada por que ficou tanto tempo ausente, já que ela teve uma participação importante durante a Primeira Guerra Mundial (Mulher Maravilha, 2017). Os motivos, claro, são pessoais, o que torna a premissa do novo filme muito interessante.
Enquanto trabalha no Museu Smithsonian, em Washington, ela acaba conhecendo a dra. Barbara Minerva, feita por Kristen Wiig (Perdido em Marte). Atrapalhada, Minerva está ajudando a identificar objetos históricos recuperados durante uma tentativa de assalto numa loja em um shopping da cidade. Assalto, esse impedido rapidamente pela Mulher Maravilha. Só que um desses objetos tem o poder de conceder um único desejo a quem o toca. Sem saber disso, Diana acaba pensando em Steve Trevor (Chris Pine), a paixão que perdeu durante a Primeira Guerra, ou seja, no primeiro filme. O motivo para isso é muito obvio, ela é uma imortal que vive só.
Esse objeto mágico vem sendo procurado por Maxwell Lord, um picareta estilo Eike Batista, que vem aplicando golpes na área do petróleo. Quando ele está prestes de ser desmascarados, em consegue roubar o objeto que realizada desejos e faz um que nem no desenho Alladin era permitido: ser transformado em alguém que pode realizar os desejos dos outros. E é aí que o filme muda seu tom.
Enquanto Diana descobre que Steve “renasceu” dentro do corpo de outro homem, mas a imagens que tanto ela como o público vê é a de seu Steve, feito por Chris Pine. Mas enquanto curte seu momento de amor incondicional, Minerva começa a ganhar outros poderes que a irá transformar radicalmente numa das piores inimigas da Mulher Maravilha nos quadrinhos. E não vou falar por que é um dos momentos chaves do filme.
Ao mesmo tempo, o público descobre o efeito da Pata do Macaco, referência a uma lenda sobre esse artefato mágico que concede desejos ao seu possuidor, mas cobra algo dramaticamente caro como troco. E isso é o que vai acontecer com Maxwell Lord, que vai realizando desejos estratégicos para sua ascensão ao poder, mas deixando um rastro de desgraças no caminho. Quando consegue ter os poços de petróleo de um sheik árabe que deseja que seu povo volte a dominar a região, gigantescos muros cerca o lugar, deixando as pessoas sem acesso a água e comida.
Quando negocia com o presidente americano transmitir suas mensagens pelo novo sistema de satélite americano, Lord não imaginava que a contrapartida desse pedido levasse o mundo à Terceira Guerra Mundial. E lembrando dos velhos seriados de ação, “como a Mulher Maravilha conseguirá evitar o fim do mundo, agora que ela está sem seus poderes de amazona?”
Uma resposta importante para uma questão importante. O filme não é apenas sobre ser ou não ser super-herói, ou como lidar com poderes que você não consegue entender como funcionam. A grande sacada do roteiro também assinado por Patty Jenkins é transformar tudo isso num dilema moral sobre viver sem iludir as pessoas que você ama. Algo que tanto passa pela personalidade da amazona como, e principalmente, pelos seus antagonistas, Minerva e Maxwell Lord.
Já vi muita gente achando que não existe fantasia necessária para preencher um filme como Mulher Maravilha 1984. Ao contrário, é um filme de fantasia, mas com os dois pés fincados na realidade, onde os sentimentos de amor, ódio, indiferença, inveja entre outros marcam o rumo de cada personagem. Não importa se você tem poderes ou não, sua responsabilidade em usá-los para o Bem, será equiparado se você os direcionar para seus próprios e mesquinhos interesses.
Mulher Maravilha 1984 mostra por que Diana Palmer ficou escondida por tanto tempo até resolver se aliar a Batman e Superman. Também presta sua homenagem à série de televisão dos anos 70, que transformou a atriz Lynda Carter na primeira versão de carne e osso da personagem criado por Moulton. Um filme para levar toda a família, mas claro, respeitando o distanciamento social já feito dentro da sala de cinema. Regras importantes para manter a chama acessa de se ver um grande espetáculo como é Mulher Maravilha 1984, naquele lugar que Rita Lee definiu em sua música.
Avaliação
Mulher-Maravilha 1984
Mulher Maravilha combate um empresário que roubou um objeto mágico que lhe dá o poder de conceder desejos a quem pedir e assim conquistar o mundo.
PROS
- Gal Gadot nunca esteve tão perfeita como Mulher Maravilha especialmente quando muda de uniforme.
- A trilha sonora de Hans Zimmer é outro personagem importante na trama
- Pedro Pascal é um vilão diferente, mas muito carismático.
CONS
- Pena que ela não pode se revelar para o público quando a crise precisa de uma heroína.
Análise da Avaliação
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Roteiro
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Atuação
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Figurino
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Cenários
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Som e Trilha Sonora
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Elenco
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Direção
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