O governo Bolsonaro, desde o princípio é um governo com propostas econômicas de menos Estado, com reformas fiscais como previdenciária, tributária e administrativa.
Entretanto, a pandemia trouxe a necessidade de uma presença mais forte do Estado na economia, com a criação de uma política de transferência de renda aos mais vulneráveis, os desempregados, autônomos e informais, que é o auxílio emergencial do governo federal.
Contrariando os desejos do próprio governo, a agenda de reformas foi posta de lado durante a maior parte do ano, devido ao vírus e a situação sanitária do país e a expectativa era que essa agenda fosse retomada agora em dezembro/2020 e no ano de 2021. Todavia, como em muitos países, o Brasil começou a dar sinais de uma segunda onda da COVID-19 no mês de novembro, colocando os planos de reformas mais uma vez para baixo do tapete.
A reforma que o governo está de olho com mais avidez é a reforma tributária, que mudou de figura também com a pandemia! Antes, havia uma proposta de substituição de alguns impostos e também algo como uma criação da antiga CPMF, só que sobre transações eletrônicas, porém ao longo do ano viu-se necessário deslocar a atenção para a desoneração da folha de pagamentos das empresas com intuito de preservar postos de trabalho e o governo pretende que esse seja seu foco após a crise sanitária em 2021 para estimular a economia, e também prevê revisão de alíquotas sobre outros tributos.
Anteriormente, a reforma tributária do governo possuía um olhar maior para os impostos indiretos (que incidem sobre o consumo) mas agora a bola da vez são os impostos diretos (que incidem sobre a renda), com uma intenção de mudança na tabela do IR e alteração nas deduções hoje possíveis.
Uma discussão que também cresceu e acentuou-se nos meses finais do ano, foi a questão do possível projeto de transferência de renda que substituiria o Bolsa Família, o talvez “Renda Brasil”, que poderia ser uma alternativa, pois apesar de em menor valor e atingindo uma parte menor da população, seria uma das políticas econômicas necessárias para mitigar a diminuição da renda das famílias com o fim do auxílio emergencial no final de dezembro/2020, beneficiando a economia em como um todo.
Contudo, o governo ainda não apresentou propostas de qual será seu plano para uma nova política de transferência de renda e a retomada das reformas fiscais, mas é necessária uma rápida ação para que possa ser minimizado os efeitos dessa crise sanitária e econômica de proporções gigantescas.
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