O DNA (ácido desoxirribonucleico) é uma molécula mundialmente conhecida e de importância imensurável á vida. Todos os seres vivos já registrados no mundo acadêmico apresenta DNA. Essa molécula essencial a vida atua na regulação do funcionamento celular dos organismos, sejam eles constituídos de uma ou mais células. Digamos que nas células, o DNA pode assumir vários formatos sendo o mais famoso deles o cromossomo. E o que isso tem a ver com o envelhecimento?
As extremidades dos cromossomos são denominadas telômeros que protegem o DNA, como se fossem as pontas duras do cadarço. Quando as células realizam divisão celular – processo de formação de novas células, também conhecido por mitose – o telômero sofre um certo desgaste. Quando chega num ponto em que está bem pequeno, indica que o organismo está perto de falecer. O tamanho do telômero é medido por pares de bases, pois o DNA é constituído de duas fitas conectadas pelas suas bases nitrogenadas.
Em células cancerígenas – células que realizam mitose exacerbadamente – o telômero não se desgasta, pois existe uma enzima chamada telomerase que o repõe. A pesquisadora espanhola Maria Blasco elaborou uma técnica inovadora contra glioblastoma – tipo de câncer cerebral agressivo – na qual os alvos são as telomerase, estimulando o desgaste do telômero e regredindo o câncer. Os ensaios pré-clinicos (animais) mostraram uma redução no crescimento do tumor e aumento da sobrevivência dos organismos envolvidos.
Basco também descobriu que a relação com o envelhecimento não está no tamanho do telômero, mas na velocidade com que se é deteriorado. Ela comparou o telômero de vários animais com tamanhos e expectativa de vida diferentes, porém não obteve resultado promissor mostrando que o tamanho dos telômeros não era a chave da resposta, mas sim a velocidade com que é deteriorado. Em um camundongo mais de 6 mil pares de bases são perdidos por ano. Já num elefante é cerca de 100 pares de bases.
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