Janeiro é o mês mais aguardado para os vestibulandos do país, seja pelas fases de vestibulares que ocorrem no mês ou pelos resultados dos mesmos, como o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), que costumeiramente divulgava as notas dos estudantes neste mês.
Com a pandemia este calendário se alterou um pouco, neste ano os exames ocorrerão no próprio mês de janeiro e portanto não se tem ainda uma data certa para o início do ano letivo, a previsão do Ministério da Educação é de que as aulas se iniciem em março deste ano, entretanto com a segunda onda tudo tornou-se incerto mais uma vez.
Mas, com pandemia ou não, a educação é algo que sempre se faz necessário em nossas vidas, não só por exigências do mercado de trabalho, para conseguir melhores colocações e a busca de ascensão social, mas também a educação como propósito de ampliar conhecimentos, desconstrução e construção de conceitos e busca por uma sociedade melhor.
Sabemos que a educação pública, da qual a maior parte dos nossos jovens fazem parte, está há muitos anos sucateada. Aprovações automáticas, grade curricular ultrapassada e falta de recursos foram alguns dos fatores que causaram essa situação, levando à uma diferença gritante no ensino em comparação a escolas particulares… Somando-se o fator social à essa equação, ainda não é a maioria dos jovens da rede pública que tem condições de entrar em universidades públicas ou particulares de alto nível, pois também contamos com um sistema de vestibular injusto que não condiz com esse ensino defasado das escolas, por mais que as cotas sociais e raciais vêm aos poucos mudando essa realidade.
Com isso, muitos jovens são levados a estudar em universidades particulares de menor excelência, pela relação de custo x benefício. E apesar de querermos, estamos ainda longe da realidade de um acesso à educação pública para todos.
Educação não é algo que podemos considerar como retorno rápido, é um investimento de longo prazo, algo que não é tão valorizado na nossa sociedade. Temos esse conceito de educação como um gasto e não investimento, quando na verdade é o contrário!
O governo tem um papel protagonista e deve ser o principal investidor em educação pública e de qualidade. Criar políticas públicas para investir na educação básica para que assim possamos diminuir essa desigualdade no ensino desde a base! Mas também utilizar as cotas para minimizar essa diferenças, como fez a FUVEST (Fundação Universitária para o Vestibular) que é o vestibular de acesso à USP (Universidade de São Paulo), do estado de São Paulo e que até 2021 terá 50% de suas vagas destinadas a cotas raciais e sociais.
Caso queiramos construir um projeto de nação para o nosso país e elevar o Brasil como a grande potência que podemos ser, é necessário que haja investimento na educação e nos jovens para um futuro e uma sociedade melhor.
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