St. Vincent é uma cantora americana de música alternativa, seja pop, rock ou o que ela quiser fazer. Em carreira solo desde 2006, lançou oito álbuns desde então. Um deles, “Loves This Giant”, é em parceria com David Byrne, um dos fundadores da banda Talking Heads, famosa pela música “Psycho Killer”. A ironia e clipes extremamente criativos e ácidos combinados com a voz suave de St. Vincent é uma combinação certeira para uma discografia rica e repleta de detalhes perspicazes.
O penúltimo álbum, “MASSEDUCTION”, lançado em 2017, fez com que ela se tornasse a queridinha (e arrisco dizer, paixonite) do meio indie. A cantora esteve presente no último Lollapalooza Brasil, em 2019, e foi um dos shows mais elogiados da edição. Ela mostrou que sozinha com uma guitarra na mão consegue segurar uma apresentação cativante.
Então, já que por enquanto não é possível aproveitar ao vivo shows musicais, segue cinco músicas para conhecer e apreciar St. Vincent:
1. “Los Ageless”
O título é um trocadilho com famosa cidade californiana Los Angeles, conhecida por sediar Hollywood. A palavra “ageless'” em inglês pode ser traduzida como “eterna” ou “sempre jovem”. O clipe extremamente colorido ajuda a trazer atenção para a temática de que a beleza eterna não existe e quando buscada incessantemente é sempre de forma artificial.
2. “Masseduction”
Essa faixa dá nome ao último álbum de St. Vincent. “Masseduction” quer dizer “sedução em massa”. É bem irônico o fundo do clipe ser uma bomba nuclear, que é uma arma destruição massiva. No final do clipe, St. Vincent parece uma Medusa contemporânea. A figura mitológica grega foi uma bela mulher castigada pela deusa Atena: quem olhasse para ela seria transformado instantaneamente em pedra. O caos pode ser belo.
3. “Jesus Saves, I spend”
Esta música é do primeiro álbum solo dela, “Marry Me”, de 2007. Embora pareça uma música tipicamente natalina, não se deixe enganar pelos sinos, ritmo marcado contagiante e voz agradável da St. Vincent. A letra é uma sátira das canções e datas religiosas. É um deboche de alta classe musical.
4. “Digital Witness”
Essa faixa é do álbum “St. Vincent”, de 2015. A estética do álbum não deixa nenhuma dúvida de que a crítica é direcionada à religião e ao sentimento de culpa comum presentes em igrejas cristãs. Nesta faixa, trechos como “Give me all in your mind/ I want all of your mind/ Give me all of it”, que querem dizer, “Me dê tudo em sua mente/ Eu quero tudo de sua mente/ Me dê tudo” e “This is no time for confessing”, ou seja, “não há tempo para confessar” são bem firmes e diretos. Deus perdoa, St. Vincent não.
5. “Cruel”
Desta lista, este é o clipe mais perturbador porque mostram situações cotidianas que podem ser bem cruéis. A música é do álbum “Strange Mercy”, de 2011. Às vezes, fazer parte de um núcleo familiar tradicional pode ser algo atroz como St. Vincent retrata de uma maneira nem tão sutil assim.