Muitas empresas, sociedades e até seus singulares indivíduos, possuem uma determinada crença de que “o futuro é uma surpresa”, de que não há como saber e nem se preparar para o que surgir com ele.
No entanto, o conceito de futuro é mais que uma espontânea ocorrência que surge depois do momento presente. O futuro é acarretado pelos fatores intrínsecos ao momento presente.
Aquilo que virá a acontecer está ligado e dependente do que há ou do que se necessita na atualidade. O futuro não se desprende, de maneira alguma, das combinações dos atos, consequências, requisitos e tendências de tudo que se baseia no presente, assim como no que foi trazido do passado.
Há um sistema de práticas exercido para tentar construir a asserção de um futuro denominado futurismo. Distante de qualquer forma de clarividência ou percepções místicas e espontâneas, o futurismo se baseia na visão alongada do presente.
Com investigações dos diversos fatores que influenciam nosso desenvolvimento, no futurismo, constantes avaliações são realizadas não para enxergar o futuro, mas sim para buscar os sinais atuais que podem permitir o conhecimento dos fatos sobre quais são os futuros previsíveis, prováveis e, dentre eles, os preferíveis às nossas realidades.
Por mais complexo que possa ser analisar e, de fato, descobrir a maior probabilidade do que pode ocorrer dentre tantas e complexas possibilidades, o que surgir no futuro é inerente aos feitos, costumes atuais, da mesma forma que aos plausíveis potenciais de desejos ou necessidades por quais nos predispomos a elaborar ou utilizar.
Certas decisões tomadas por nossa própria parte como seres humanos serão realmente incalculáveis. As nossas escolhas naturais ou artificiais como pessoas são fortes pontos de possível casualidade nesse processo, mas em um cenário macro e estratégico, considerando a psicologia, comportamentos sociais, dentre outros fatores, é incoerente afirmar que “o que virá é uma surpresa”.
Se forem bem estudadas as propensões sociais, tecnológicas, culturais e psicológicas a que estamos seguindo como sociedade, com disciplina, analisando então a história e nosso estado atual, o futuro provável de determinados grupos e conceitos pode muito bem ser identificado com alta precisão.
Incessantes pesquisas podem ainda não chegar às conclusões mais assertivas devido à infinidade e às inconstâncias das áreas de conhecimento.
Entretanto, com um grau variado, qualitativo dos aspectos mais influentes dos feitos e comportamentos na nossa linha do tempo, por mais extensos e mutáveis que possam ser, construções cada vez mais plausíveis, certeiras podem engajar nossas posições como indivíduos e grupos com capacidade para encará-las.
Mais do que saber sobre um fato que tem o potencial de ocorrer, ter esse conhecimento confiável sobre as probabilidades futuras pode ser usado como preparo de nossas mentalidades para aceitar, combater ou de alguma forma nos envolvermos com o que seguramente surgirá com elas.
De tal modo, informados e preparados, não mais nos sentiremos pegos de surpresa pelos acontecimentos no mercado ou na sociedade para passarmos, então, a participar ativamente do que surgir com muito mais tolerância e instrução.
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