Quando você está preparado para enfrentar um desafio, é importante estar preparado parz qualquer eventualidade dentro do próprio desafio. Quando ele vem de fora, porém, é provável que você não consiga se concentrar para chegar até o fim de sua jornada. Foi assim com o diretor Zach Snyder ao receber a notícia que sua filha Autunn havia tirar sua própria vida, aos vinte anos de idade. Zack estava dirigindo e produzindo o primeiro filme da Liga da Justiça, que acabou sendo finalizado pelo amigo Joss Whedon.
Baseado nos personagens da DC Comics, Liga da Justiça fez uma carreira nas bilheterias de mais de 600 milhões de dólares, mas recebeu muitas críticas, principalmente pelos leitores das histórias em quadrinhos. Por mais boa vontade que Whedon entrou no projeto, a concepção da obra sempre esteve na cabeça de Snyder, fazendo que o diretor dos dois primeiros filmes dos Vingadores da Marvel criasse uma história com boa parte do material filmado e refazendo algumas sequências como a abertura do filme com o Superman.
Henry Cavil já estava trabalhando em Missão: Impossível- Operação Fallout, quando teve que voltar ao estúdio de Liga da Justiça. O problema é que ele estava usando um bigode para o seu personagem em Missão, que teve que ser apagado digitalmente, ficando algo muito estranho, visualmente falando. Aliás, os efeitos visuais foram os mais questionados pela crítica, especialmente o vilão digital Lobo da Estepe, que parecia ter sido feito quando a tecnologia não tinha sido desenvolvida.
O filme foi lançado e seguido sua carreira cheia de tropeços. Quando a Warnermedia, empreaa criada depois que a gigante das telecomunicações AT&T comprou o grupo Time-Warner, decidiu que era hora de entrar no mercado streaming, nascia a HBO Max, um canal que precisava de conteúdo novo e diferenciado para atrair mais assinantes para sua plataforma. Foi quando Zack Snyder propôs pegar todo o material que ele havia feito da Liga da Justiça, e montá-lo com sua visão original do filme.
Liga da Justiça de Zack Snyder não é um filme convencional de super-heróis. É, acima de tudo, um drama sobre personagens complexos e que tem uma certa dificuldade em se relacionar com a humanidade. E tudo fica pior quando Superman cai na batalha contra Apocalipse, o monstro criado por Lex Luthor com tecnologia da nave kriptoniana, visto no final de Batman Versus Superman – A Origem da Justiça. A chegada de Lobo da Estepe demonstra na pratica a necessidade de criar um grupo de meta humanos para defender o planeta, como previu Batman.
Para chegar ao grupo que irá decidir o futuro do planeta, esses heróis terão que rever suas próprias vidas, derrotar seus demônios internos para conseguir ver o que está acontecendo. Lobo da Estepe vem a Terra para recuperar as Caixas Maternas, dispositivos criados por Darkseid, um déspota de outro planeta, que destroem qualquer planeta a ser conquistados. E a solução para impedir que tudo aconteça é usar a energia de uma Caixa Materna para trazer de volta à vida, o Homem de Aço.
Com tudo isso acontecendo, o filme vai mostrando a dificuldade desse grupo de super seres de encontrar um ponto em comum para justificar todos estarem juntos no campo de batalha. Quando isso acontece, o filme pensado pro Zack Snyder começa a fazer sentido, dando respostas à perguntas feitas durante o primeiro filme. A primeira delas lembra uma manchete dos filmes do último homem de Kripton, por que precisamos de um Super-Homem? Talvez por isso, a duração dessa produção ultrapasse quatro horas de duração. Mas valem cada segundo.
A Liga da Justiça de Zack Snyder não é um filme convencional, está mais para uma bela minissérie como Cherbobyl ou Watchmen. Você conhece os personagens, sabe de seus desafios, mas quer saber como eles conseguirão derrotar um inimigo tão poderoso e prevenir que Darkseid não chegue perto da Terra, algo que poderá ficar para uma nova produção. O curioso é que poucos acreditavam que essa nova versão pudesse atrair mais público não-fã dos gibis da DC Comics. Mas a quantidade de pessoas que viram no primeiro dia de lançamento do filme no mundo inteiro, disponível nas plataformas digitais, já aumenta a especulação de uma continuação.
Não é um filme fácil de ver, não pela duração, mas pelos elementos dramáticos criados por Zack Snyder ao longo de sua exibição. Elementos que juntos, mostram que o cineasta sofreu muito a perda da filha, uma trágica surpresa em sua vida. Liga da Justiça de Zack Snyder é dedicada a Autumn Znyder, merecidamente…
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A Liga da Justiça de Zack Snyder
Uma versão ampliada do filme de2017, mostrando os maiores heróis dos quadrinhos enfrentando uma horda de criaturas alienígenas que querem destruir a Terra.
PROS
- Um dos melhores filmes de super-heróis já feito.
- Os efeitos visuais superam os erros da primeira versão.
- Um filme construído em algo raro: o drama pessoal dos heróis
CONS
- Um poucos longo de mais.
Análise da Avaliação
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Roteiro
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Atuação
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Elenco
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Direção & Equipe
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Som & Trilha Sonora
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Figurino
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Cenários