Livretos não são sinônimos de leitura “fácil”, no sentido de só ler para passar o tempo. Algumas obras, como ensaios, são pequenas e densas simultaneamente. Em poucas páginas provocam reflexões suficientes para dias. Antes de enumerar os livros, um pequeno aviso: este artigo é inspirado no texto “10 livros para ler em um dia”, da Paula Akkari. Confira cinco obras, todas com menos de 150 páginas, para ler rapidamente e pensar muito depois:
1. “Sociedade do Cansaço”, de Byung-Chul Han
Este é o maior livro da lista e tem apenas 128 páginas. Mas não se engane: em poucas páginas, o filósofo sul-coreano reflete sobre como o trabalho autônomo baseado em produzir cada vez mais e incessantemente sem descanso e baseado em autocobrança, sem tempo para descanso, é prejudicial e resulta em depressão em Síndrome de Burnout. Produzir é preciso, descansar também.
2. “Para educar crianças feministas”, de Chimamanda Ngozi Adichie
A autora nigeriana é famosa pelos livros “Americanah” e “Sejamos Todos Feministas”. E também pela Beyoncé ter usado um trecho de uma palestra na música “***Flawless”, em 2014. O manifesto é uma longa carta carinhosa e íntima de Chimamanda para uma amiga que estava grávida e que pediu conselhos de como educar a filhar para que ela se tornasse feminista. A leitura é recomendada mesmo para quem não tem filhos, já que aborda situações comuns na vida de toda mulher.
3. “O Amanhã Não Está à Venda”, de Ailton Krenak
Em 22 páginas, o ambientalista indígena Ailton Krenak discorre como é fundamental repensar o estilo de vida atual em que a humanidade devasta a natureza sem pensar nas consequências. É o menor livro da lista, mas talvez seja o mais urgente em ser lido. Os seres humanos esquecem diariamente que são parte do meio ambiente e que precisamos de recursos naturais para sobreviver e estarmos bem.
4. “Sobre a Brevidade da Vida”, de Sêneca
Sêneca foi um filósofo estoico na Antiguidade. O estoicismo foi uma filosofia helênica baseada em viver de acordo com a Natureza, dotada de racionalidade. O tratado é um diálogo de Sêneca em que ele tenta convencer Paulino, cuja identidade é incerta entre os estudiosos, a sair da vida pública e dedicar-se ao estudo da filosofia e ao ócio literário. Transpondo para os dias atuais, é um importante lembrete de que a vida não gira em torno do trabalho.
5. “Sobre a leitura”, de Marcel Proust
É até estranho pensar em que algo produzido pelo escritor francês Marcel Proust, autor de “Em Busca do Tempo Perdido”, pudesse ser lido rapidamente. A obra é um elogio apaixonado e nostálgico sobre o ato de ler. Todo leitor voraz e apaixonado vai se identificar nas palavras de Proust.
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