Joel estava totalmente apaixonado por Aimée. Os dois jovens adolescentes passaram um verão fantástico, amadurecendo sua paixão, trocando juras de amor. Eles continuariam a curtir seu novo relacionamento pós-verão se não fossem os resíduos radioativos de um asteroide destruído por misseis perto da Terra, que ao cair no solo, transformaram todos os insetos em monstros assustadores e destruidores. Assim começa o divertido Amor e Monstros, produção da Paramount lançada pela plataforma streaming CBS All Access nos Estados Unidos, e que chegou aqui este mês pela Netflix.
O filme não é uma repetição dos clichês do gênero e nem tenta ser uma nova versão de Zumbilândia. Mas uma versão ampliada e divertida do velho dito popular onde o amor remove montanhas. No caso, Joel é separado de Aimée quando a crise com os monstros gigantes explode, obrigando cada um seguir com seus pais para abrigos subterrâneos. Só para situar como essa monstruosa crise afetou a Humanidade, basta dizer que ela reduziu a quantidade de seres humanos sobre o planeta em 95%, segundo a própria narração de Joel no começo do filme.
Dentro dos bunkers, a rotina dos sobreviventes segue normalmente, menos para Joel, que conseguiu descobrir através de várias tentativas com o radioamador, que Aimée está viva e há pouco menos de 200 quilômetros de distância dele. O problema é que Joel não é aquele tipo de personagem resoluto e destemido, que enfrentaria qualquer tipo de perigo para reencontrar sua paixão. Ele é, literalmente, aquele típico personagem de filme adolescente que sofre bulling na escola. No caso, de uma natureza monstruosamente selvagem.
Depois de quase morrer durante uma invasão no bunker, Joel decide que entre ficar e morrer e morrer tentando encontrar Aimée, é tudo ou nada para ele. Reunindo aquilo que ele chama de coragem, Joel sai do abrigo e começa sua jornada pela terra devastada. Nem é preciso dizer que não será nada fácil, já que Joel não parece entender que tudo à sua volta representa um perigo mortal. Foi num desses momentos, que ele é salvo por um cachorro abandonado que o acompanha na jornada.
É salvo por outros dois sobreviventes quando cai num ninho de vermes carnívoro. Sua visão de mundo devastado é modificada quando segue Clyde e Minnow que estão rumando para um lugar nas montanhas onde, aparentemente, o clima frio impede o avanço dos monstros. Joel aprende truques de como lidar com essas criaturas, sem colocar muito em risco sua própria vida. Uma das sequências de enfrentamento é um dos bons momentos do filme, que foi indicado ao Oscar de Efeitos Visuais esse ano.
Amor e Monstros tem uma qualidade que o destaca de outras produções do gênero: ela não se leva a sério, assim como Zumbilândia. Os sobreviventes dessa hecatombe monstruosa nunca terão chance de voltar a conviver com a superfície. Logo, esse limão vira uma divertida e saborosa limonada. O roteiro é simples mas muito eficiente, graças ao trabalho do jovem diretor e roteirista sul-africano, Michael Matthews, responsável pelo faroeste rodado em seu país e elogiado pela crítica, Guerreiros de Marselha, feito em 2017.
O elenco é liderado por Dylan O’Brien, que veio da série Teen Wolf e da franquia Maze Runner. Ele consegue mostrar a fragilidade de Joel em relação a essa paixão à distância, junto com sua covardia natural no enfrentamento das criaturas que ele convive. Do outro lado da tela, está Jessica Henwick, que já passou por Game of Thrones, Punho de Ferro e Os Defensores, mas que neste filme, é quase coadjuvante, mas tem seu momento para provar que sabe o que está fazendo. Os dois viajantes que dão dicas para Joel, são interpretados por Michael Rooker, de The Walking Dead e Os Guardiães da Galáxia, e a jovem Ariana Greenblatt, que fez a jovem Gamora em Os Vingadores – Guerra Infinita.
Se você quer assistir a uma fantasia de ficção-científica, com boas doses não exageradas de humor, pode assistir Amor e Monstros sem medo de ser feliz. É visualmente avassalador ao mostrar paisagens da costa oeste americana “povoadas” por monstros que estavam no jardim de sua casa. Ele pode não corresponder na parte romântica, mas vai deixar você pensar sobre os riscos de um relacionamento à distância.
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Amor e Monstros
Jovem decide sair do abrigo onde vive há anos, para tentar encontrar a antiga namorada para,, juntos, encontrarem a felicidade no meio de um mundo devastado por Monstros Gigantes.
PROS
- Efeitos Visuais de tirar o fôlego
- A dupla Michael Rooker e Ariana Greenblatt está perfeita
- Um final para corações esperançosos
CONS
- Herói traumatizado cansa
Análise da Avaliação
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Roteiro
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Atuação
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Elenco
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Direção e Equipe
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Som e Trilha Sonora
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Figurino
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Cenários