Existe uma regra simples para uma série conquistar o publico e ficar mais de uma temporada no ar: tem que ter uma boa história, cativante e vem contada. É uma regra que serve tanto para series novas como para séries que estão no ar há um bom tempo. No caso das que passaram pela primeira temporada, o que rege é o humor do publico em relação ao que acontece durante a temporada. Se não há uma história que mantenha a atenção do público, ele muda de canal, definindo o futuro da série.
Em The Irregulars ou Os Irregulares, com oito episódios lançados pela Netflix e março, a mistura de suspense, investigação policial e sobrenatural, parece não fisgado o público. A história mostrava um grupo de personagens secundários das histórias de Sherlock Holmes, criado na Inglaterra Vitoriana por Sir Arthur Conan Doyle. Eles eram jovens de rua, que faziam pequenas missões para Holmes, ou levando e trazendo mensagens nos casos investigados pelo detetive londrino.
A série mostrava esse grupo sendo convocado por John Watson, parceiro de investigações de Holmes, pedindo a esse grupo que o ajudasse a investigar um caso que tem um pé no sobrenatural. Fantasmas, bruxaria, entidades malignas fizeram parte dessa história, mas quase deixando de lado o fato que Holmes desapareceu e sua presença parece não fazer diferença na história. Sim fazia parte, para isso acabou sendo deixado de lado para que nos dois últimos episódios, sua história fosse revelada.
Talvez o grande problema da série tenha sido essa mistura intensa de gêneros que pecou no fato, os personagens basicamente são jovens adolescentes que tem problemas dos adolescentes da atualidade. Sem contar com as questões sobrenaturais que não se encaixavam efetivamente nas investigações. Outro ponto que fãs do detetive criticaram nas redes sociais foi o sentimento revelado por Watson sobre Holmes, algo similar ao polêmico filme A Vida Íntima de Sherlock Holmes, de 1970.
Com uma ótima produção cenográfica e uma reconstituição de época excepcional, Os Irregulares não tiveram a força dramática suficiente para provar que poderia voltar numa segunda temporada, agora ao lado efetivo de Holmes e Watson, tendo ou não inimigos sobrenaturais. Não foi tão elementar…
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