O deserto do Saara é considerado a maior fonte de poeira do planeta, acredita-se que há milhares de anos essa região era verde e cheia de vida. Com a erosão, acabou se transformando num imenso deserto repleto de microrganismos, contendo nutrientes extremamente importantes para a flora.
Com o auxílio de fortes ventos, essa poeira é transportada através das nuvens podendo atingir lugares como o Oceano Atlântico, Europa, Oriente Médio, América, entre outros, carregando consigo elementos como Fósforo e Cálcio que contribuem para o enriquecimento dos solos. Satélites mostraram que no verão do Norte, a poeira Saariana vai para o Caribe e América do Norte, no inverno, vai para a Floresta Amazônica.
A NASA, divulgou um estudo que concluiu que todos os anos, o deserto envia 22 mil toneladas de fósforo para a Amazônia. O fósforo é um nutriente encontrado em fertilizantes comerciais e é essencial para o crescimento da floresta. De acordo com um levantamento da NASA, cerca de 182 milhões de toneladas de poeira saem do Saara em direção as Américas todos os anos. Desse total, aproximadamente 28 milhões de toneladas caem na Bacia Amazônica.
O físico Paulo Artaxo, do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP) explica que para que haja chuva são necessários três ingredientes: vapor de água, condições termodinâmicas ideais e as partículas que servirão de meio para que o vapor possa se condensar. “Os grãos de poeira do Saara, que também podem ser chamados de aerossóis, operam como uma destas partículas em que o vapor de água se condensa”.
O Saara é responsável pela maior parte das chuvas torrenciais na região da Amazônia, pois, a parte da nuvem em que o vapor de água se condensa é formado principalmente pela poeira do Saara.
A certeza de que essa poeira vem do Deserto do Saara está na composição química e na proporção destes elementos que são os mesmos encontrados no Deserto africano, são eles: ferro (Fe), Alumínio (Al), manganês (Mn), silício (Si) e fósforo (P). A poeira, rica em ferro provém do norte do Lago Chade, da Depressão de Bodélé. Esses são elementos chave para inúmeros processos fisiológicos das plantas.
Veja aqui um vídeo que da NASA mostrando a viagem que a poeira faz do Saara para a Amazônia.
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