2o dia de depoimento do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.
OBS.: Pazuello chegou no segundo dia de oitiva sem máscara.
Ontem, dia 19/05 foi ponderado por alguns senadores que Pazuello mentiu bastante. O adiamento da oitiva deu aos senadores tempo para checarem as falas de ontem do ex-ministro para hoje confrontá-lo.
Pontos de confronto:
- Bolsonaro nunca deu ordens diretas à Pazuello;
- Recomendação do uso de cloroquina, que o ex-ministro nega.
- Oferta da Pfizer ignorada;
- Crise de oxigênio em Manaus.
CRISE DE OXIGÊNIO EM MANAUS: O ex-ministro diz que Bolsonaro participou de reunião e foi ele quem decidiu por não intervir no estado.
O ex-ministro ainda atribui a responsabilidade da crise na Secretaria de Saúde do Estado e na White Martins. Pazuello ainda diz que se tivesse sido acionado antes, teria agido antes.
Aziz comenta que o povo de Manaus foi feito de cobaia e discute com Flávio Bolsonaro que discordou do presidente da Comissão.
VACINAS PFIZER: Pazuello afirmou que não assinou o contrato com a Pfizer porque teria sido orientado por um parecer do Tribunal de Contas da União (TCU). O TCU, porém desmentiu o ex-ministro e em nota disse: “em nenhum momento, seus ministros se posicionaram de forma contrária à contratação da empresa Pfizer para o fornecimento de vacinas contra a Covid-19. O Tribunal também não desaconselhou a imediata contratação em razão de eventuais cláusulas contratuais”.
Aziz volta a perguntar porque a carta proposta da Pfizer ficou sem resposta e Pazuello insiste que as conversas com a farmacêutica foram intensas. Aziz ainda confronta o ex-ministro sobre Wajgarten participar de negociações com a Pfizer com duas dirigentes do Ministério da Saúde. Pazuello nega conhecer a motivação de Wajgarten em fazer essa negociação.
Aziz ainda comenta que se tivéssemos comprado as vacinas poderíamos hoje estar nos abraçando sem máscaras.
VACINAS: Pazuello disse que a demora na compra de vacinas, aconteceu por conta da Lei do Sistema Único de Saúde (SUS). “(…) Só poderia comprar a vacina com a autorização legal da Medida Provisória, que foi editada em 4 de janeiro”, justificou o ex-ministro. Pazuello ainda disse que a compra da Coronavac não sofreu interferência de Bolsonaro.
DECISÕES: Pazuello diz que ele não foi o único responsável responsável por todas as decisões com relação à pandemia, dividiu responsabilidades com os Estados.
TRATECOV: o aplicativo que recomendava a medicamentos s ineficazes para o tratamento da doença, segundo Pazuello, foi divulgado sem autorização, já que sofreu ataques de hackers, segundo Pazuello. Contudo, o ex-ministro foi pego em contradição, já que a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, fez o lançamento da plataforma durante um evento em Manaus, ao lado de Pazuello.
Aziz ironizou a história do hacker, já que o app foi pauta de matéria na TV Brasil.
HOSPITAIS DE CAMPANHA: Pazuello diz que não foi consultado sobre fechamento de hospitais de campanha. Ainda diz que em Manaus o fechamento de um hospital de campanha que aconteceu a pedido do governador do Estado, Wilson Lima.
MENTIRAS: Calheiros pediu a contratação de uma empresa de fact-checking, para checagem das declarações dadas pelos depoentes. Pazuello mentiu “flagrantemente” em pelo menos 14 ocasiões.
CLOROQUINA: Pazuello diz que mesmo que Bolsonaro defendesse o uso do medicamento, ele não pediria ou pediu para aumentar a produção ou recomendaria/ recomendou o uso. E ainda diz que as ações do presidente da república não mudaram sua posição.
NÚMEROS DA PANDEMIA: Pazuello alega que o Min. da Saúde parou de divulgar os números porque o nível de dados no início de junho/ 20 o incomodavam. O sistema de BI do governo era muito bom, mas era alimentado lentamente. e as informações ficavam incompletas.
CRONOGRAMA DA SEMANA QUE VEM:
- 25/05: Mayra Pinheiro, secretária do Ministério da Saúde;
- 26/06 sessão deliberativa para deliberarem qual será o depoimento do dia 27/05.