Pontos importantes do depoimento de Nise Yamaguchi, médica oncologista e imunologista.
OBS 1.: A Dra Nise é uma forte defensora da cloroquina para o tratamento precoce da Covid-19 e há suspeitas da sua participação no comitê paralelo que assessora Bolsonaro.
OBS 2.: Nise foi convidada a comparecer, não foi convocada. Suas respostas evasivas irritaram aos senadores que conjecturaram convocá-la novamente como testemunha.
Foi trazida para a CPI, antes de se iniciar o depoimento da Dra. Nise, a questão de o Brasil recepcionar a Copa América.
Posições a favor e contra formaram um embate. Nada muito diferente do que já podemos imaginar: a base governista defendendo a vinda do campeonato e a base oposicionista condenando.
Temas Abordados no depoimento de hoje:
IMUNIDADE DE REBANHO:
- Nise comenta que a teoria era pertinente em junho de 2020.
- Questionada se hoje ela mantém essa opinião, Nise responde: “A resposta não é simples porque a imunidade de rebanho tem sido declarada como ir para as ruas, fazer a convivência normal e isso gerar a imunidade absoluta. O que estou dizendo é que a imunidade de rebanho é um fato, não deve ser interpretada”
CLOROQUINA:
- Antes de seu depoimento, Nise se colocou contrária à Barra Torres, presidente da Anvisa a respeito do uso do medicamento para o tratamento precoce de Covid-19.
- Ela comentou: “Já existem evidências científicas comprovadas para o uso de medicações que possam auxiliar no combate às fases iniciais da covid-19″.
MUDANÇA DA BULA – CLOROQUINA:
- Nise negou ter sugerido a mudança de bula da cloroquina. Negou também ter conhecimento do documento que fazia o pedido. Segundo Barra Torres, na reunião onde foi aventada a possibilidade de mudança na bula realizada no Palácio do Planalto estavam presentes, além dele, Mandetta, o general Braga Netto (Casa Civil), a médica Nise e outro médico que ele não soube identificar.
TRATAMENTO PRECOCE – CLOROQUINA:
- Nise trouxe mais de 100 artigos que, segundo ela, comprovam a eficácia do medicamento para o tratamento precoce da Covid-19.
- Ao ser questionada porque o tratamento precoce não diminuiu índices de mortalidade, a médica cita o estado do Amapá, como um exemplo de êxito do tratamento precoce. Contudo, o estado é o 6o com mais mortes por cem mil habitantes.
REUNIÕES COM O GOVERNO FEDERAL:
- Nise afirmou que esteve com o presidente “umas quatro vezes” e que nunca teve encontros apenas com Bolsonaro. Nega fazer parte do comitê paralelo que assessora o presidente e afirma participar como “colaboradora eventual” do comitê de gestão de crises presidido por Braga Netto.
- Nise nega também ter sido convidada a ocupar o ministério da Saúde após a saída de Mandetta.
CONSELHO IINDEPENDENTE VOLUNTÁRIO: Nise nega conhecer ou fazer parte do comitê paralelo que assessora Bolsonaro, mas comenta que existe um conselho independente que conta com mais de 10 mil médicos brasileiros. Carlos Wizard está neste conselho.
VACINAÇÃO:
- Nise se contradisse. Em outubro de 2020, “há evidências científicas robustas falando que o tratamento precoce salva vidas e portanto não é necessário vacinar aleatoriamente uma população inteira falando que é a única saída”.
- Ao ser questionada novamente, Nise disse que a vacinação é sim importante e se colocou a favor também do distanciamento social e o uso de máscaras.