Hoje (22), foi dia do depoimento do deputado e ex-ministro da Cidadania, Osmar Terra (MDB-RS). Terra é médico cardiologista, e é apontado como um dos participantes, se não que comanda o gabinete paralelo que assessora(va) Bolsonaro. O deputado foi chamado a depor na condição de convidado.
Antes de iniciarem a oitiva os senadores fizeram um minuto de silêncio pelas vítimas da Covid-19.
Aos pontos:
GABINETE PARALELO:
- Osmar Terra diz que se encontra com Bolsonaro “uma vez por mês, há cada quinze dias“. E citou alguns outros presentes nos encontros: apenas auxiliares, chefe de gabinete, o ministro Ramos, chefe da Casa Civil. Ainda disse que seu diálogo com Pazuello (ex-ministro da Saúde) foi sobre a crise no Amapá e com Queiroga, atual ministro da pasta, teve uma ou duas audiências sobre a entrega de respiradores no RS e sobre o o nível de contágio do país.
IMUNIDADE DE REBANHO:
- Em sua fala inicial, Terra disse nunca ter defendido a teoria. Ainda disse que ‘(…) não existe nenhuma proposta de deixar a população se contaminar livremente’ e defende, ‘neste caso vai ser importante a vacinação‘. Terra afirmou que não aconselhou o presidente sobre a imunidade de rebanho “Eu sou defensor da vacina (…). O ideal era que tivéssemos a vacina desde o primeiro dia”.
- Em outubro de 2020, Terra publicou tweets afirmando que “não há registro histórico de pandemia de um novo vírus que termina com vacina. Isso só acontece com a imunidade de rebanho”. Em outro tweet, o deputado afirma que a Suécia alcançou a imunidade de rebanho. Anders Tegnell epidemiologista-chefe do país disse “insinuar que deixamos a doença correr livre sem quaisquer medidas para tentar impedi-la não é verdade”.
VACINAS:
- Terra defende ‘Sempre que eu tive oportunidade de falar sobre vacinas para o presidente eu as defendi‘.
MINIMIZAÇÃO DOS EFEITOS DA PANDEMIA:
- Terra disse que as previsões feitas foram baseadas nos fatos que existiam na época, em fevereiro e março (de 2020). ‘No surto da China, da Coreia. Em dez semanas, subiu e desceu. E sem vacina‘.
LOCKDOWN:
- Segundo Terra ‘Estudos mostram que lockdown e quarentena não tem nenhum impacto’. ‘Estamos com 500 mil mortes no Brasil com o sistema de lockdown e quarentena dos governadores. O Supremo Tribunal Federal (STF) (…) limitou o poder do presidente de interferir nessas decisões’.
- O STF negou que tenha proibido o Planalto de agir e comentou em nota: “É responsabilidade de todos os entes da federação adotarem medidas em benefício da população brasileira no que se refere à pandemia”.
- Mais tarde, Terra volta a comentar que os ‘Governantes fecham as coisas para mostrar que estão fazendo algo‘. ‘As escolas estavam fechadas mas reabrimos, porque o contágio era maior fora da escola‘. Terra não trouxe dados que comprovassem a afirmação.
CIÊNCIA:
- Da mesma forma que fez com a médica oncologista e imunologista, o senador Otto Alencar confrontou Terra com conhecimentos básicos da ciência ligados à Pandemia e Terra não soube dizer sobre a recomendação do uso de hidroxicoloriquina por quem tem questões cardíacas e disse “é melhor tomar do que não tomar”. Além disso, não soube dizer a diferença entre taxa de mortalidade e taxa de letalidade.
OBS.: Na fase final do depoimento do deputado Osmar Terra, aconteceu um anúncio de Bolsonaro sobre o Plano Safra. No discurso, o presidente da República elogia alguns ministros como Ricardo Salles, Ministro do Meio Ambiente e acerca da pasta, Bolsonaro solta uma desinformação quando afirmou que floresta molhada não pega fogo. Para além elogiou também os trabalhos da Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Teresa Cristina e o Ministro da Economia Paulo Guedes pelos seus excelentes trabalhos.
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