O Brasil obteve no primeiro trimestre de 2021 um Produto Interno Bruto (PIB) de 1,2%, o crescimento foi de 1% comparado ao mesmo período em 2020, segundo divulgado em junho pelo IBGE. De acordo com a pesquisa, o país retoma o crescimento pré-pandemia do coronavírus com pibinho similar ao do último quadrimestre de 2019. Entretanto, ainda está longe do PIB de 2014 (4,3%), maior nível na atividade econômica do país.
Os destaques se deram pela agropecuária (5,7%), indústria (0,7%) e serviços (0,4%) que obtiveram crescimento mesmo nesse período com a pandemia ainda em alta no Brasil, pois não houveram tantas restrições de circulação da população neste ano quanto no ano passado, não havendo assim, impedimento para as atividades econômicas do país.
A porcentagem foi acima do esperado pelas instituições financeiras, que tinham projeção de 0,7% para este primeiro trimestre.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos numa nação e é utilizado para medir a evolução da economia.
Mas, por que mesmo com o crescimento isso não nos mostra resultados efetivos no dia-a-dia da população ?
Com a alta da inflação no setor de alimentos, tornando a cesta básica muito mais cara principalmente nos produtos como arroz, carne num geral, óleo, feijão e etc, a retomada do auxílio emergencial que só ocorreu em abril, em menor valor e atingindo uma parcela menor da população, diminuiu o consumo das famílias em grande parte, recuando em -0,1%. Consumo esse que costumava ser a principal alavanca no PIB nos últimos anos.
Sabemos que as famílias de baixa renda consomem muito mais bens do que serviços, ao contrário das famílias mais ricas que consomem mais serviços que bens.
O desemprego recorde de 14,8% com mercado de trabalho desaquecido também contribui e muito para que esse suposto crescimento do PIB só seja sentido por uma parte da população e impacta diretamente os mais pobres. O setor de serviços e turismo, por exemplo, é o que mais emprega no país e o que mais sofre com os efeitos da pandemia, pois necessita de maior contato físico.
Previsões para o ano…
A expectativa de instituições financeiras para esse ano é positiva nas atividades econômicas, por avanços na vacinação no segundo semestre e assim gerando aumento de consumo e por sua vez, mais contratações. O Ministério da Economia divulgou uma estimativa oficial de 3,5% de expansão do PIB em 2021, o ministro Paulo Guedes tem projeções ainda mais otimistas de 4,5% a 5%.
Ainda é cedo para análises pois há muitos desequilíbrios no Brasil em relação à economia, como a própria vacinação, os perigos de uma terceira onda da pandemia e geração de novas cepas, desemprego em alta, inflação e provável alta de juros esse ano. Segundo o próprio IBGE, é necessário cautela para avaliação do ritmo da economia ao longo de 2021.
Só podemos esperar que a população possa sentir um real crescimento no bolso e no prato, ao longo deste ano.
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