Em síntese, o Planeta Terra possui apenas um Oceano, os Oceanos que conhecemos hoje são, na verdade, Bacias Oceânicas. Cada uma contém suas características físicas, químicas, biológicas e geológicas próprias, como profundidade, salinidade, temperatura, correntes marinhas e biodiversidade.
A decisão de nomear um novo Oceano veio a partir de um mapeamento feito pela organização Norte Americana National Geographic Society, o primeiro em mais de 100 anos. Funcionários da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) disseram que o corpo d’água foi reconhecido como o quinto Oceano em 1999, mas, em 2000, nem todos os países membros da Organização Hidrográfica Internacional (IHO), que rastreia e mapeia os mares e oceanos do mundo, estavam de acordo.
Um dos maiores critérios de avaliação foi a afirmação de que as águas que circulam a Antártica possuem características ecológicas muito distintas em comparação aos outros Oceanos, “O ambiente marinho suporta uma rica vida vegetal e animal, incluindo pinguins, focas, baleias e albatrozes”, disse a National Geographic, que também alertou que a região se tornou um “depósito de lixo”.
A NOAA definiu que o Oceano Antártico corresponde à área entre a costa da Antártica e 60 graus de latitude sul. De acordo com o Enric Sala, explorador residente da National Geographic, o quinto oceano é um ” anel oceânico no fim do mundo que conecta os oceanos Pacífico, Atlântico e Índico”.
Além das questões citadas, outra importância do reconhecimento do quinto Oceano advém da falta de conhecimento da sociedade sobre impactos no continente Antártico. De acordo com Sala, o quinto oceano “contém áreas que estão se aquecendo mais rapidamente na Terra, como a Península Antártica” e o aquecimento traz consequências catastróficas.
As baleias Jubarte, por exemplo, realizam uma migração anual entre a zonas de reprodução, na Bahia e a de alimentação, na Antártica, onde se alimentam do Krill, uma espécie de mini camarão que reside nas águas do continente gelado. Sem temperatura ideal não haverá Krill, e consequentemente não haverá baleias jubarte, e sem elas, haverá diminuição na população de orcas e tubarões, seus principais predadores, acontecendo assim uma reação em cadeia.
A Organização das Nações Unidas (ONU) confirmou que no ano passado foi registrada uma temperatura de 18,3°C – é o recorde de alta no continente. Nos últimos 50 anos houve um aumento de 3°C na Península Antártica. O reconhecimento do Oceano Antártico possibilita agora chamarmos atenção para ele, afinal, é necessário conhecer para preservar.
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