Depois de adiamento de um ano por conta da pandemia do COVID-19, as Olímpiadas de Tóquio finalmente chegaram, trazendo novos esportes, discussão sobre saúde mental, competições acirradas, e as tão aguardadas medalhas.
Sem dobradinhas, mas com show de Fadinha e Ítalo
Tóquio trouxe para as Olímpiadas, pela primeira vez, as modalidades do Surfe e do Skate (Street e Park). Ótimo para o Brasil, que é potência nos dois esportes.
Uma final entre os multicampeões Ítalo Ferreira e Gabriel Medina era muito esperada, mas infelizmente Medina perdeu sua semifinal para o atleta da casa, Kanoa Igarashi, que acertou excelente manobra no final da série. Na final, Ítalo vingou o compatriota e ganhou a primeira medalha de ouro do esporte, e do Brasil nas Olímpiadas de Tóquio, sem dificuldades. Medina, por outro lado, sofreu novo revés na disputa do bronze perdendo para o australiano Owen Right.
Já no skate street feminino, a campeã mundial Letícia Bufoni não conseguiu se classificar para a final. Sua presença porém, foi suprida por Rayssa Leal, a Fadinha do Skate, que com apenas 13 anos, se tornou a medalhista olímpica mais jovem da história do Brasil ao conquistar a prata na final. Um show de carisma, Fadinha conquistou o coração dos brasileiros e suas redes sociais sofreram um verdadeiro “efeito Juliette”. No street masculino, Kelvin Hoefler também cravou a prata, mostrando o domínio brasileiro do esporte. Mais medalhas são esperadas na modalidade Park.
Judô e natação tem expectativas atendidas, mas também boas surpresas
Esporte que mais deu medalhas ao Brasil na história dos jogos, o judô seguiu sua tradição. Mayra Aguiar conquistou o bronze e se tornou a primeira brasileira a conquistar medalhas em três edições diferentes, tendo ganhado o bronze também em Londres 2012 e Rio 2016. Nossa lenda do judô precisou de menos de 30 segundos para aplicar um Ippon por imobilização na luta que lhe garantiu o pódio. Já a surpresa veio do jovem Daniel Cargnin, que não era favorito e cravou o bronze na categoria meio-leve. Eis um nome para os próximos jogos
Já na natação, roteiro parecido com o judô. Fernando Scheffer trouxe um bronze totalmente inesperado nos 200m livre, após treinos atribulados por conta da pandemia. Bruno Fratus, por outro lado, vinha batendo na trave nas três últimas Olímpiadas, e dessa vez a medalha veio. A comemoração do brasileiro foi um extravaso de uma década de treino intenso e expectativa.
Virada absurda garante medalha histórica no tênis
Certamente a medalha mais inesperada da história do Brasil nos jogos olímpicos, o bronze de Luisa Stefani e Laura Pigossi no tênis em duplas feminino teve trajetória épica.
As meninas souberam que iam participar dos Jogos faltando uma quinzena para seu início, após múltiplas desistências de outras concorrentes. Já dentro jogos eliminaram diversas duplas mais bem posicionadas no ranking mundial, parando apenas frente a dupla suíça já nas semifinais.
Já na disputa do bronze, perante dupla do Comitê Olímpico Russo, a disputa foi pro Tie Break, que chegou a anotar 9 a 5 para as adversárias. Eram 5 match points para as russas. Todos foram salvos pelas brasileiras, que anotaram 6 pontos seguidos para trazer o bronze pro Brasil. Simplesmente histórico, é a primeira medalha no Brasil em competições de tênis na história dos jogos olímpicos.
O baile de favela de Rebeca Andrade
Na ginástica artística, tivemos a desistência do possível maior nome destes jogos, a ginasta americana Simone Biles, o que trouxe a tona a importante discussão sobre a saúde mental de atletas de alto rendimento. A desistência de Biles, no campo das medalhas, alterou completamente o curso esperado da ginástica feminina.
Ao som de Baile de Favela, Rebeca Andrade não só trouxe a primeira medalha olímpica para a ginástica artística feminina do Brasil, mas repetiu a dose, e em ouro. É que a brasileira conquistou a Prata no Individual Geral, chegando muito próxima da medalha de ouro. Já nas finais do Salto, o ouro veio, simplesmente histórico. Rebeca ainda tentou fazer uma dose tripla de medalhas no Solo, mas em competição acirrada, acabou ficando fora do pódio. Nada que diminua a gigantesca participação da brasileira de apenas 22 anos.
Próximos dias prometem mais medalhas e recorde brasileiro é possível
Os próximos dias prometem mais medalhas do Brasil, que traça bater o recorde de número de medalhas na competição (19 no Rio 2016). Destas, duas já estão asseguradas, faltando apenas definir a cor. Tratam-se dos boxeadores Abner Teixeira e Hebert Conceição, que já estão nas semifinais do Boxe, garantindo-lhes ao menos dois bronzes. Há expectativa de medalhas também no skate park, boxe feminino, futebol masculino, vôleis de quadra e praia, masculinos e femininos, vela, canoagem e no atletismo.
Certamente os próximos dias prometem muito mais emoção (e medalhas) para o povo brasileiro, que em meio as dificuldades dos últimos tempos, agradece em muito a estes heróis por estes alentos.
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