Café é uma bebida muito presente na rotina de muitos brasileiros. Comumente tomado na primeira refeição do dia, o café apresenta cafeína, uma substância química que age no sistema nervoso central potencializando o estado de alerta e concentração do indivíduo. No entanto, existem aqueles que tomam mais de duas xícaras por dia e isso pode trazer certos malefícios, afinal, de modo geral, tudo em excesso é ruim.
Alguns estudos provaram que não existe qualquer relação entre tomar café exacerbadamente e arritmia cardíaca, mas já outros mostraram que pode levar a alterações cerebrais. Pesquisadores da Universidade da Austrália Meridional (UniSA) publicaram um artigo na revista Nutritional Neuroscience que descobriram que o excesso de café ingerido possui uma relação com o aumento de chance de desenvolver demência e derrame.
Em entrevista com Drauzio Varella, Ricardo Nitrini, médico neurologista e professor Titular de Neurologia da Universidade de São Paulo (USP), definiu demência como:
“[…] uma síndrome resultante do declínio progressivo da capacidade intelectual do indivíduo. Caracteriza-se pela perda da capacidade de memorizar, de resolver os problemas do dia a dia, o que interfere em seus relacionamentos e atividades sociais e profissionais.”
O derrame, também chamado de AVC (acidente vascular cerebral), é desencadeado pela falta de suprimentos e nutrientes provenientes do sangue para que o cérebro funcione normalmente.
Durante os experimentos na UniSA, houveram a participação de 17.702 voluntários entre 37 e 73 anos. Os resultados apontaram que as pessoas que tomam mais de seis xícaras por dia possuem 53% de chance a mais de desenvolver doenças cerebrais, como demência e derrame. Isso se deve ao fato de que o aumento no consumo de café está ligado a um menor volume cerebral, consequentemente, aumentam os riscos de resultar em doenças neurológicas. Ainda não se sabe como o café está correlacionado com o volume cerebral.
Apesar do excesso de café, o equilíbrio é o ideal. Portanto o café possui seus benefícios, mas nas quantidades saudáveis (uma a duas xícaras por dia) e sempre acompanhado de água após a sua ingestão.
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