Sim, palavras bem atuais e do conhecimento de todos. Em tempos de pandemia descobrimos a importância de fortalecer nosso sistema imune contra a evolução dos vírus. Da mesma forma a Espiritualidade sempre alertou para a necessidade do fortalecimento do espírito através das virtudes, e dentre elas a mais fundamental: a misericórdia. Palavra de origem latina, formada pela junção de miserere (ter compaixão) e cordis (coração), na definição bíblica é a expressão do perdão de Deus. Alcançar essa misericórdia requer entender e defender o espaço do outro, a dimensão que cada pessoa representa na natureza da vida humana com respeito e gentileza.
Quando se promove deliberadamente a distância entre a pessoa e irmãos, impondo barreiras físicas, morais e sentimentais, alimentando o ódio e a ideia do individualismo como o caminho para o sucesso, o ego é enaltecido e a semente do supremacismo se desenvolve degenerando o solo anteriormente fértil sagrado e proclamado através do sussurro do espírito vivo: “Adão” (Adam/Adama). A terra seca ou enlameada fica improdutiva, sendo impossível colher bons frutos para alma e consequentemente o corpo, nada satisfaz e o vazio se empodera consumindo a vida.
Trágico? Duro? Exatamente!!! Isolar-se é reter o fluxo natural das relações humanas. Tal como neurônios todos estão interligados energeticamente num movimento constante, que trabalhado em mutualismo representa as maiores criações humanas. Sim, as artes são apenas um exemplo da capacidade de desenvolvimento em conjunto, o progresso só pode estar relacionado com a participação de todos e para todos. O despertar para essa realidade requer entender que qualquer outra proposta que não venha nessa direção, apenas afasta e distorce o principio primordial da Espiritualidade: a unidade.
Unidade não é unicidade. Cada neurônio se representa mantendo sua identidade e função mesmo estando interligado com os outros, mas colaborando e compartilhando com o meio. Numa expressão bem simplista. “O neurônio no cérebro sente a mesma dor que o neurônio no pé em uma topada”. Ou seja, o mal que se comete contra a mínima parte, reflete para o todo. Não é apenas o órgão que morre de câncer, mas o corpo. Permitir a entrada e a manutenção da indiferença através da exacerbação do ego é enfraquecer o contato com a divindade latente e se distanciar da fonte primordial da vida.
Claro, tudo é uma questão de escolha e que dá todo sentido ao livre arbítrio. Conhecendo as partes e os valores que estão expostos, a escolha de somar para a felicidade do todo é por si só compactuar com a própria felicidade. Se você sente falta de amor, ame. Sente falta de auxílio, preste atenção no próximo. Se necessitar de entendimento, respeite os diferentes e as diferenças. Não se permita infectar por discursos violentos, agressivos e separatistas, pois nesse único caso, o isolamento só fará mal e o privará da cura. Para manutenção da saúde espiritual contra esse tipo de vírus existe a “boa nova” da vacina que pode ser usada sem contra indicações, podendo ser facilmente encontrada nos ensinamentos da luz e através dos autênticos emissários da paz.
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