O famoso desenho do Pica-Pau, foi criado no ano de 1940 e exibido na televisão pela primeira vez em 1957, é um dos poucos personagens animados que possuem uma estrela na calçada da fama. O personagem foi inspirado pela espécie pica-pau-bico-de-marfim (Campephilus principalis) a qual foi declarada extinta no dia 29 de setembro de 2021 pelo Serviço de Peixes e Vida Selvagem dos Estado Unidos (FWS, sigla em inglês).
Para um animal ser declarado extinto é necessária uma análise feita pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) para classificação da espécie, as diretrizes analisadas pela IUCN são: o quanto a população diminuiu durante um espaço de três gerações, a extensão de ocorrência e tamanho da área que ocupa, tamanho da população de indivíduos prontos para a reprodução e análises que mostrem a probabilidade de extinção nas próximas três gerações.
De acordo com o FWS o pica-pau-bico-de-marfim é apenas uma das 23 espécies consideradas em extinção. Além dessa, também entraram em extinção 10 espécies de aves, uma de morcego, duas de peixes, uma de planta e oito de moluscos. No caso do pica-pau-bico-de-marfim, ele foi incluído nas leis de proteção à fauna em 1967, que agora deu lugar à Lei de Espécies Ameaçadas, seu último aparecimento oficial foi na Louisiana (EUA) em 1940.
Os motivos por trás das extinções variam entre desenvolvimento excessivo, poluição, extração de madeira, competição de espécies invasoras, captura por coletores privados, entre outros. De acordo com a American Bird Conservacy o bico-de-marfim dependia de grandes pântanos do sul com bastante espaço e comida. A extração descontrolada fez com que seu habitat começasse a desaparecer, após isso, a frequente ação de caçadores e colecionadores também contribuíram para sua extinção.
A chefe do Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA, Deb Haaland declara que: “Com as mudanças climáticas e a perda de áreas naturais empurrando mais e mais espécies à beira do precipício, agora é a hora de conduzir esforços proativos, colaborativos e inovadores para salvar a vida selvagem. A Lei das Espécies Ameaçadas tem sido muito eficaz para evitar a extinção de espécies e inspirou ações para conservar as espécies e seu habitat antes que fossem classificadas como em perigo ou ameaçadas.”
O diretor do Laboratório Cornell de Ornitologia, John Fitzpatrick, disse à CNN que é prematuro declarar a ave oficialmente extinta porque a ave ainda pode existir, já que o ponto ao declarar algo extinto é ter evidências sólidas de que ele se foi. Fitzpatrick e outros ornitólogos pretendem fazer uma petição à agência de vida selvagem para retirar a ave da lista de extinção, para ele, ainda vale a pena procurar pelo pássaro.
** É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita. O Jornal 140 não se responsabiliza pela opinião dos autores deste coletivo.