Novembro, amplamente divulgado como novembro azul, é considerado mundialmente o mês de combate ao câncer de próstata, o segundo mais comum entre homens atingindo cerca de 61 mil para cada 100 mil pessoas do sexo masculino. Mas muitas são as problemáticas envolvendo o câncer de próstata, principalmente ao diagnóstico precoce.
Como na maioria dos carcinomas, ser diagnosticado no início da doença é um fator determinante no prognostico do paciente. No entanto, ao trabalhar com a saúde do homem, é necessário entender alguns padrões e estigmas relacionados ao gênero, principalmente os preconceitos vinculados ao exame do toque retal, uma das primeiras etapas na dequitação da patologia.
Mas por que pelo reto? Isto se dá pela facilidade relacionada a anatomia do homem, dada a facilidade ao órgão (próstata) pelo canal do reto. Apesar de ser conhecido para a verificação do aumento do tamanho da próstata, este exame também avalia outras questões, como prostatite (inflamação da próstata), fissuras anais, dentre outras questões.
O estigma tem relação justamente a realização do exame, que acontece da seguinte forma: o médico pode solicitar que o paciente fique sobre uma superfície inclinada ou fique deitado de lado, de barriga para cima, de pé. Com o uso de lubrificante o médico insere o dado no anus do paciente. Pode haver a solicitação para o paciente fazer força.
O exame propriamente dito dura apenas cerca de 10 segundos sendo comprovado a inexistência de malefícios a saúde e é considerado um procedimento indolor. Com isso, alguns medos relacionados ao procedimento são infundados. Porém, apenas o toque retal não é suficiente para o diagnóstico de câncer de próstata, sendo necessário exames complementares, como os de urina ou sangue (PSA).
Diferentemente da mulher que precisa realizar o preventivo com determinada frequência, estes exames só são solicitados caso o homem apresente algum desses sintomas: ir várias vezes ao banheiro durante dia/noite, sangue na urina, dificuldade para urinar, ou a diminuição do jato da urina.
Homens de idade avançada, pretos acima dos 45 anos e com histórico familiar, tem uma maior tendência a desenvolver o câncer de próstata. Sendo que o segundo deve realizar com uma maior frequência em comparação com os demais, mas de acordo com avalição do médico. Isto não é solicitado para todos, visto que, não há evidencias que o rastreamento do câncer de próstata não diminua o seu índice de mortalidade. A grande problemática é levar os homens nos estabelecimentos de saúde quando estes apresentam os sintomas, dada a sua resistência.
É durante esse mês que deve-se trabalhar para quebrar de preconceitos e trabalha atividades educativas e de sensibilização para que homens sintomáticos e de grupo de risco façam pelo menos um dos exames necessários para avaliação da sua saúde reprodutiva e sexual.
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