Os agrotóxicos surgiram em um contesto de guerra no objetivo de serem utilizados como armas químicas. A testagem destes produtos eram realizados em insetos, com isso, percebeu-se seu potencial, onde começaram a ser utilizados nas lavouras como pesticidas e herbicidas.
Um dos primeiros a serem produzidos foi o diclorodifeniltricloroetano, mais conhecidos como DDT, sendo sintetizado ainda no século XIX. Mas seu potencial agrícola só foi descoberto apenas em 1939, por Paul Müller o que rendeu-lhe um Prêmio Nobel na época. Neste período os produtos foram utilizados para erradicar insetos que transmitiam doenças, como a malária.
Alguns anos depois, surgiu uma preocupação mundial, acreditava-se que os alimentos produzidos não seriam suficientes para alimentar todas as pessoas do planeta, com isso passou-se a incentivar o uso dos agrotóxicos de forma massiva, sendo fomentado no Brasil principalmente pelo Plano Nacional de Desenvolvimento.
O que se desconhecia era seu potencial cancerígeno e de causar problemas de saúde, neste cenário, surge a figura de Raquel Carson, esta que já havia publicado outras obras como o “beira-mar”, “mar que nos cerca”, sob o “mar-vento”.
Em 1964, Carson, publica “primavera silenciosa” que gerou um reboliço na ciência e na biologia, sendo esta nomeada de histérica e uma solteirona romancista. Títulos estes atribuídos graças ao machismo da época. Toda via, a primavera silenciosa foi um dos primeiros textos publicados sobre os efeitos tóxicos dos “defensores biológicos” nos organismos de animais e vegetais. O que levou a autora as ser uma das mais renomadas escritoras cientificas dos Estados Unidos.
Hoje, sabe-se da relevância do seu trabalho, onde já é conhecida a influência dos agrotóxicos em inúmeros canceres, correlacionando-os com o aumento considerável de alguns carcinomas que até então eram considerados raros, como os de sistema linfático, por exemplo.
Dentre os carcinomas relacionados ao uso exacerbado destes produtos temos: câncer de próstata, mama, os linfomas (de hodgkin e não-hodgkin), neoplasias no cérebro, melanomas cutâneos, câncer do sistema digestivo, dos sistemas genitais masculino e feminino, sistema urinário, respiratório e esôfago.
Outra problemática envolvida é o uso conjunto destas substancias. A evolução implacável descrita pro Darwin, e observada por Carson em seu livro, mostrou que o uso deste produtos, fizeram com que muitos insetos tornassem-se mais resistentes a alguns tipos de herbicidas.
Levando a no mínimo três alternativas para os agricultores. A primeira delas é a pesquisa em novas substancias, a segunda está relacionado ao aumento da dosagem dos venenos tornando-os ainda mais prejudiciais a saúdem, e a terceira é a utilização de forma conjunta de dois ou mais agrotóxicos.
Todas as propostas aqui citadas, trazem agravos a saúde, onde a segunda não se sabe ao certo o quão prejudicial é a saúde humana e sua relevância no desenvolvimento no processo de carcinogênese. O efeito superativo, contaminação de rios, morte das abelhas e outros insetos são outras questões relacionadas ao uso deste produto.
O Brasil nos últimos anos tem aprovados novos agrotóxicos que são proibidos em outros países, pratica essa fomentada pelo poder executivo, pela bancada da do agronegócio na câmara e no senado. Não resta muitas alternativas a não ser difundir conhecimento sobre o assunto ressaltando a importância da higienização dos frutos e hortaliças ou a substituição por alimentos orgânicos livre de biocidas.
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