Os cetáceos compõem uma ordem de animais em sua maioria marinhos e que cabem à classe dos mamíferos, ou seja, os cetáceos são classificados como mamíferos aquáticos. Esse grupo é representando pelas baleias, golfinhos e botos, espécies essas que podem ser encontradas em mares, rios ou estuários. Esse grupo, como todos os outros do reino animal, passaram por processos evolutivos desde os seus ancestrais até os animais que conhecemos hoje.
Evolução se configura como um processo bem vagaroso, normalmente durando milhões e milhões de anos. Porém, a evolução dos primeiros cetáceos teve uma duração de 10 milhões de anos, duração essa que na escala evolutiva é considerado bem curta.
Atualmente vemos que animais como baleias, golfinhos, peixes-boi, estão perfeitamente adaptados à água, logo, esses animais dependem integralmente desse ambiente para nascer, viver e reproduzir. Diferentemente de seus ancestrais que, provavelmente, tinham hábitos estreitamente terrestres. Sim, a baleia azul, o maior animal do mundo, com costumes exclusivamente aquáticos, já habitou terra firme.
No período pré-histórico havia uma gama de espécies que viviam em áreas alagadas, áreas de rios ou lagos. Logo, para espécies menores, consideradas presas, como os primeiros cetáceos, era indispensável a prática do mergulho para alimentação e fuga. Com a frequência e melhora dessa prática em tais espécies, a evolução atuou.
Pakicetus: Os primeiros cetáceos
Esse gênero, já extinto, residiu em terras Paquistanesas entre 55.8 a 40.4 milhões de anos atrás, no início do período Eoceno. Parte de um crânio, encontrado no Paquistão por Philip D. Gingerich, (professor de Paleontologia, Ciências da Geologia, Biologia e Antropologia, e diretor do Museu de Paleontologia da Universidade do Michigan), foi o primeiro registro fóssil da família Pakicetidae, que inicialmente foi atribuída a ordem mesoniquídeos (mamíferos carnívoros com cascos), porém, Gingerich e Donald Russell (1981) definiram o fóssil como antepassado dos cetáceos legitimo por uma característica exclusiva da espécie, presente na estrutura do crânio: a bula timpânica, formada pelo osso ectotimpânico.
Com o passar dos anos foram feitas outras pesquisas de campo, e em 2001 foram encontrados esqueletos completos do esses animais. A formação completa dessas amostras revelou aos pesquisadores que os Pakicetus era uma espécie terrestre, com seu tamanho semelhante ao de um lobo e sua estrutura corporal semelhante a alguns mesoniquídeos.
Como dito antes, os espécimes começaram a adquirir hábitos aquáticos. Dessa maneira, ao passar das eras, esses animais tiveram uma maior adaptação nesse ambiente, notaram uma maior oferta de alimento, uma menor incidência de predadores por conta de uma mínima ocupação em tal ecossistema. Por esses fatos, mamíferos terrestres passaram a desenvolver habilidades bem maiores na água e os processos evolutivos se fizeram presentes no acréscimo estrutural, desenvolvendo pequenas nadadeiras traseiras, tais quais hoje, configuram-se como grandes caudas em alguns animais de nossa fauna aquática.
Então, com esses processos evolutivos, os cetáceos migraram da terra para o meio aquático.
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