Não se trata de algo novo. A humanidade carrega esse ideal em seu DNA, desejando a tranquilidade e a paz com seus semelhantes. Está em dúvida? Percebe muitas desgraças e desmandos cometidos por aqueles que se julgam os mais fortes e reais construtores da sociedade? Sim, você tem razão quanto à responsabilidade desses membros da grande cadeia espiritual, mas perceba que a evolução também ocorre nesse meio e realiza grandes obras. Todos carregam o desafio da realização de um reino igualitário nas suas ações diárias, coisas como tenha um bom dia, ou que a paz esteja com você que não saiam simplesmente pela boca, mas que venha do coração agradecido e feliz por compartilhar o mesmo tempo e lugar.
Compartilhar é uma palavra significativa, pois é dar e receber ao mesmo tempo. Oferecendo espontaneamente aquilo que se tem e recebendo com gratidão o que é oferecido. Seja o fruto do trabalho ou o que for, a oferta é sempre aquilo que se possui de melhor e do qual você mesmo consumiria, ou seja, a oferta é um ato de amor. Difícil amar ao próximo? Com certeza, mas não ama-lo e travar uma guerra contra ele traz algum benefício? Com certeza também não. Amadurecer para uma realidade coletiva leva tempo, e com certeza quando se é levado a acreditar em questões de superioridade e mérito, podemos perceber a dificuldade de se colocar no lugar do outro, de entender a fragilidade da palavra: Empatia.
Algumas pessoas se incomodam com a analogia do camelo e da agulha, mas se pensarmos no ego como barreira econômica social, transpor os desafios que representam o trabalho para criar uma nação livre da ignorância e da miséria, é gigantesco. Não apenas do tamanho desse imenso território, mas do profundo isolamento sensorial da espiritualidade que só encontro através do outro. Semelhante é todo ente humano e não se relaciona a uma casta ou grupo étnico-econômico-social. Sendo assim, cabem duas questões: que tipo de relações realmente se está criando? Esse é o mundo “seguro” desejado para os filhos? A primeira vista podem parecer questões simples, mas reflita com cuidado pensando nas suas ações até aqui nesse exato momento. Percentualmente elas correspondem para qual lado?
Nessa “bolsa de valores”, a espiritualidade vem trabalhando para demonstrar que todas as riquezas são frutos da ação universal e que a humanidade não é apenas agraciada, mas corresponsável e acionista direta. A principal moeda é o amor e o seu maior valor é a integridade do próximo. Ser elite nessa economia representa formação superior em humildade e com pós-graduação em voluntariado. Sim, dar é infinitamente mais realizador, pois alimenta a fome espiritual e desvanece o desejo superior do ego. O que posso dar em nossa sociedade atual que possa fazer diferença? Simples, apoiar e financiar apenas economias que possam gerar dignidade e respeito a todos os entes humanos
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