As tartarugas fazem parte da mais antiga linhagem de répteis vivos, o registro mais antigo de uma tartaruga data de aproximadamente 110 milhões de anos. Pertencente à família dos quelônios, existem atualmente um total de 7 espécies de tartarugas marinhas pelo mundo, todas incluídas na lista de espécies ameaçadas de extinção.
No Brasil, ocorrem 5 espécies, sendo elas: Tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), Tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), Tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea), Tartaruga-verde (Chelonia mydas) e Tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea). Para identificar as espécies é observado o formato da carapaça, cor, quantidade de placas laterais em sua carapaça (escudos costais), formato do rosto e/ou quantidade de placas presentes na cabeça (escudos pré-frontais).
De acordo com a Avaliação de Estado da Conservação elaborado para as espécies, Tartaruga-cabeçuda e Tartaruga-oliva estão classificadas como “Em Perigo”, Tartaruga-de-pente e Tartaruga-de-couro como “Criticamente em Perigo” e Tartaruga-verde como “Vulnerável” (suas áreas de desova são em ilhas oceânicas, mais difíceis de serem afetadas).
No Brasil, todas as espécies correm riscos devido a degradação de áreas costeiras e construções nas faixas da praia, as principais ameaças a esses animais são: atividade pesqueira; desenvolvimento costeiro; poluição; mudanças climáticas e uso direto: consumo de carne de tartarugas marinhas. São recorrentes os casos de tartarugas presas em redes de pesca e capturas acidentais, o que leva a afogamento, já que são seres pulmonados, e mutilação causada pelas redes e anzóis.
As mudanças climáticas contribuem para destruição dos habitats e erosão das regiões costeiras, além da temperatura afetar diretamente na determinação do sexo dos embriões de tartarugas, em temperaturas mais altas podem nascer apenas indivíduos fêmeas atrapalhando a reprodução e perpetuação das espécies.
Em prol de proteger essas espécies, foram criados projetos como o Projeto Tartarugas Marinhas (TAMAR), fundado por um grupo de estudantes da Faculdade de Oceanografia da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), na década de 1980, trabalhando com conservação, pesquisa e educação ambiental, tendo vários centros para visitação e educação para turistas.
O Projeto Quelônios Aquáticos do Maranhão (QUEAMAR), localizado em São Luís – MA, com o apoio da Universidade federal do Maranhão – UFMA, realiza pesquisas em ecologia e conservação com espécies de água doce e monitoramento de encalhes de tartarugas marinhas na região. Cabe a nós sociedade apoiarmos essas iniciativas e sermos ativos em questões ambientais, reivindicando direitos e ações efetivas do Governo para proteção desses animais.
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