As primeiras discussões sobre um sistema de saúde integral que visasse o cuidado gratuito e organizado de modo a atender em todos os âmbitos da sociedade datam da década de vinte no Reino Unido, onde foi elaborado o Relatório Dawson instigado por meio de discussões provenientes das mudanças sociais decorrentes da 1ª Guerra Mundial.
Neste sentido, os serviços de saúde deveriam serem norteados por intermédio de uma organização ampliada, prestando serviços curativos, preventivos e paliativos, de modo a atender dentro dos estabelecimentos de saúde ou no ambiente familiar. No entanto, existem marcos mais atuais a respeito da construção dos conceitos das RAS que vieram a partir da reunião de Alma-Ata, realizada em 1978.
É consenso que os países com uma atenção primaria atuante, coordenadora das organizados em Redes de Atenção à Saúde apresentam resultados positivos quando comparados a outros modelos organizacionais. As RAS são capazes de tornar o usuário mais próximos aos serviços e possibilitando a criação de vínculos.
Neste sentido, um passo para que o SUS consiga estabelecer seus princípios bases é conduzir seu modelo organizacional tal como uma rede. Para isto, é necessário uma dialética entre com características demográficas, transições epidemiológicas como as vividas com a COVID-19, os avanços tecnológicos dentre outras inúmeros outros aspectos
Em sua conformação “normal”, a procura e os atendimentos se dão de forma hierárquica, com uma coordenação inexistente e sem comunicação entre os componentes; o foco se dá nas manifestações agudas, neste sentido tornam-se curativas e reabilitadoras sem estratificação de risco e voltada as condições de saúde já estabelecidas.
Por outro lado, as RAS atuam de forma poliarquica, sua coordenação se dá pela atenção primaria a saúde; as comunicações são de forma organizada e logísticas com foto na prevenção e em condições agudas e crônicas. Os cuidados são contínuos e a população a ser atendida é conhecida e subscrita por grupos ou comportamentos de risco.
De forma conceitual as redes seriam um conjunto de serviços em saúde que estabelece meios para que toda população recebam seus cuidados de forma continua, onde se estimula as práticas preventivas e curativas, de acordo com as necessidades do público previamente estudado e conhecido.
A incorporação das RAS no SUS não é um fácil e que vem ocorrendo ao longo dos anos, este é um modelo complexo que merece atenção dos mais variados âmbitos da sociedade, indo principalmente do viés administrativo perpassando pelo incentivo a pesquisa, que determinará o foco e as discussões das ações prestadas dentro dos serviços.
** É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita. O Jornal 140 não se responsabiliza pela opinião dos autores deste coletivo.