Os microplásticos são partículas menores que um grão de arroz podendo medir entre 0,001mm e 5mm, e estão se espalhando cada vez mais. Estudos já relataram a presença de microplásticos em água marinha, esgoto, água doce, na comida, no ar, na água potável, tanto na engarrafada quanto na água de torneira e até mesmo na nossa corrente sanguínea.
Recentemente, pesquisadores da Universidade de Canterbury, na Nova Zelândia revelaram que foram encontrados microplásticos na neve recém caída na Antártica. Com isso, os cientistas temem que esse achado possa representar não apenas uma ameaça à saúde dos ecossistemas do local como também uma influência ao clima acelerando o derretimento da neve e do gelo.
O estudo foi realizado pela estudante de doutorado Alex Alves e a Dra. Laura Revell, foram coletadas amostras de 19 localizações diferentes na ilha de Ross. Depois, analisou-as em laboratório, onde foi possível identificar a existência das partículas de plásticos. A proporção identificada foi de 29 microplásticos por litro de neve derretida.
Foram feitas análises químicas para conhecer os tipos de polímeros encontrados. Os resultados revelaram 13 tipos de fibras plásticas diferentes, sendo a fibra de maior concentração o morfotipo de tereftalato de polietileno (PET). Esse é o plástico mais comum, presente em garrafas e na confecção de roupas.
Os estudos da modelagem atmosférica da região sugerem que os microplásticos podem ter viajado milhares de quilômetros pelo ar até chegar à neve. No entanto, os cientistas não descartam a possibilidade da presença de humanos na Antártida, mesmo que reduzida, já ter estabelecido uma “pegada microplástica” no continente branco.
Para a consultora ambiental Natasha Gardiner, a pesquisa é importante para os países que fazem parte do Tratado da Antártica, feito em 1959. “A pesquisa de Alex e seus colegas permite que as Partes do Tratado da Antártida tomem decisões baseadas em evidências sobre a necessidade urgente de reduzir a poluição plástica no futuro”, declara.
Os pesquisadores destacam a importância de um maior controle tanto na Antártica como nas águas circundantes para que possamos ter um maior entendimento da “pegada microplástica” na Antártica e da ameaça que esta pode representar para o ambiente antártico.
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