A China é um país do leste asiático muito conhecido por seus produtos baratinhos, empresas gigantes e uma língua difícil de falar. Outros fatores que tornam o país chamativo são sua vasta extensão territorial, comandada por um Presidente considerado autoritário, sua grande população e suas tradições milenares. Todos estes fatos, somados, fazem da China um país que atrai a curiosidade, especialmente daqueles à leste do globo. E suas tradições milenares advindas de uma longa e rica história dão à China características únicas, especialmente no que tange a política.
Politicamente, o país costuma traçar estratégias de longo prazo e realizar movimentações mais lentas e graduais aos olhos de quem está de fora. Sua relação com a Rússia, por exemplo, é marcada por altos e baixos, alternância de momentos de maior ou menor apoio a depender do contexto mundial. Atualmente, após mais de 100 dias do início da invasão russa à Ucrânia, o país asiático apenas havia se manifestado pedindo o diálogo, sem necessariamente se posicionar oficialmente em favor a um dos lados, como feito por outros tantos países ao redor do mundo.
Após seus posicionamentos em favor do diálogo, no dia 15 de junho – seu aniversário -, o Presidente chinês se manifestou, pela primeira vez desde o início do conflito, direta e publicamente favorável à Russia. O Presidente reiterou que apoiaria Moscou em questões de soberania e segurança, indiretamente reconhecendo a Rússia como soberana e, consequentemente, deslegitimando a soberania Ucraniana.
O relacionamento entre os dois países, como dito anteriormente, é marcado por altos e baixos. Entretanto, no momento atual, os dois vivem um momento de alta. Analistas de Relações Internacionais consideram que esta alta se deve mais à atual posição dos Estados Unidos posicionando a ambos como ameaças.
Em relação à Hong Kong, a ilha é considerada uma região administrativa especial da China. Por causa de seu status e seu governo de certa maneira independente em função das negociações comerciais e voltado ao capitalismo de Estado, como costumam chamar, o relacionamento entre a ilha e o Continente é extremamente delicado e marcado por momentos de muito conflito.
Em 2019, com a mudança por parte da China de uma das leis que permitiria que pessoas de Hong Kong fossem extraditadas ao Continente, protestos eclodiram em toda a ilha. Os protestos foram marcados por uma forte repressão por parte do Continente, mas não puderam ser facilmente controlados. Eles tiveram fim apenas com o início da pandemia da COVID-19 e o início dos lockdowns.
Desde então, para o ocidente, assim como a invasão da Ucrânia, as notícias sobre os protestos foram aos poucos diminuindo e o foco se tornou a pandemia. Entretanto, o relacionamento segue conflituoso. E, para adicionar à este cenário, um novo Líder foi selecionado pela comissão eleitoral para comandar a Ilha. No dia 30 de maio deste ano (30/05/2022), mais de um ano após o esfriamento dos protestos, o Presidente Xi Jinping se posicionou favorável ao nome escolhido pela comissão, apoiando-o.
O Predisente disse em reunião com o escolhido Sr. John Lee, que confia nele para manter a ordem em Hong Kong. Apesar das repressões aos protestos já terem sido um indicativo do posicionamento – para além de todo o histórico entre as duas regiões -, o país apenas se posicionou oficialmente após a nomeação do novo Líder.
Em ambas as situações, o país tomou algumas ações que demonstravam o seu posicionamento, porém sem discursos e falas oficiais. Todavia, um posicionamento claro e direto através de discursos costuma vir somente algum tempo após o início das ações ou conflitos. Isso mostra que o país toma ações imediatas de forma a tentar conter a situação no curto prazo, mas pensa estrategicamente a mais longo prazo, se posicionando oficialmente, por vezes, de forma tardia. Em relação à invasão da Ucrânia, a China foi um dos últimos países a se posicionar oficialmente, mesmo com pressões dos Estados Unidos e de outros países europeus.
** É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita. O Jornal 140 não se responsabiliza pela opinião dos autores deste coletivo.